
O empresário Ricardo Leitão Machado, proprietário da Herdade do Vale Feitoso, em Idanha-a-Nova, acaba de se estrear no negócio das águas premium. Com a aquisição das Termas de Monfortinho, em março deste ano, o atual dono da maior herdade do país, que em tempos pertenceu ao universo do Grupo Espírito Santo, decidiu investir no relançamento da Água de Monfortinho, cuja composição integra uma alta concentração de sílica. E é essa componente que lhe confere um conjunto de benefícios para a saúde e bem-estar, garante o empresário. A ambição é concorrer com marcas como a Fiji e Voss. “Nenhuma é melhor do que a nossa”, frisa.
As primeiras garrafas estarão à venda já na próxima semana nas lojas do El Corte Inglès em Portugal e, ao contrário do habitual, são em alumínio com tampa de rosca, em linha com a tendência mundial no segmento premium, revela. Esta encomenda para a cadeia espanhola marca o regresso da Água de Monfortinho ao mercado, depois de mais de sete décadas afastada dos consumidores. A história desta água mineral, que brota a uma temperatura de 30 graus, ficou um pouco perdida no tempo, mas é certo que em 1907 já era engarrafada. Pelos anos 50 do século passado, o negócio foi abandonado.
Com a aquisição da Herdade do Vale Feitoso, das Termas de Monfortinho e do hotel de apoio à estância termal Fonte Santa (propriedades confinantes), Ricardo Leitão Machado decidiu dar uma nova vida à Água de Monfortinho, que “tem uma qualidade tremenda”. Segundo adianta, a elevada concentração de sílica confere-lhe propriedades únicas. Esta água tem 25 miligramas por litro de sílica e 43 miligramas de minerais, o que lhe confere 53% de sílica, explica. O consumo regular de água rica em sílica favorece o envelhecimento saudável, contribui para ossos mais fortes, promove a produção de colágenio e elastina, ajuda na regeneração de tecidos, contribui para a neutralização do stress oxidativo causado pelo sedentarismo e pelo stress diário, é um aliado natural na prevenção e tratamento da osteoporose, entre vários outros benefícios. O empresário garante que estas características são fruto de avaliações médicas.
Ricardo Leitão Machado realça também que a bacia hidrográfica onde se insere a captação “está 100% controlada”. Afinal, nos 80 quilómetros quadrados de Vale Feitoso “não há contaminantes, não há população nem há indústria”, frisa. Numa linha de proteção do ambiente, este renascimento da Água de Monfortinho é acompanhado por um engarrafamento exclusivo em garrafa de alumínio. Como explica, “conserva melhor, é mais leve do que o vidro e 100% reciclável”. Aliás, o conceito que quer imprimir é do refill (beber e voltar a encher).
Para já, o empresário está focado no mercado nacional. Neste ano de lançamento, prevê engarrafar dois milhões de garrafas de 0,5 litros e vender cerca de metade. As vendas deverão rondar os 600 mil euros. Até ao final do ano, prevê adquirir e instalar mais linhas de engarrafamento, num investimento que deverá ultrapassar os 12 milhões de euros. Em simultâneo, está a equacionar lançar garrafões de 6,5 litros para apoiar o refill.
Com o aumento da produção, Ricardo Leitão Machado já poderá expandir os horizontes. Espanha será um mercado natural, quer pela proximidade, quer pela escassez de água mineral, diz, mas também o Reino Unido e o Japão. Este último é líder no consumo de água com sílica, devido às suas propriedades que ajudam na longevidade, revela. O empresário admite que a faturação com este negócio ronde os 1,5 milhões já em 2026. A aquisição da Herdade do Vale Feitoso, das Termas de Monfortinho e do Hotel Fonte Santa exigiu um investimento de 45 milhões de euros. Para esta região, junto à fronteira com Espanha, tem vários projetos. Neste momento, está a introduzir na reserva do Vale Feitoso duas espécies animais em vias de extinção: o bisonte europeu e o cavalo selvagem mongol ou de Przewalski.