EDP: China Three Gorges considera que está em vantagem

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A empresa China Three Gorges disse hoje que tem uma ligeira vantagem nas licitações para compra dos 21% da EDP. Não adiantaram valores, mas pensa-se que a oferta poderá ser 5% mais elevada que as restantes.

Desta forma a empresa espera ter a proposta vencedora mas apela a que as considerações políticas fiquem de fora da compra.

A empresa chinesa afirmou em comunicado que sabe que os media portugueses têm questionado a venda da participação a uma empresa chinesa, relativamente ao impacto que poderia ter na economia do país, comentário que levou o Ministério do Comércio da China a pedir transparência na decisão e escolha do Governo português.

Em Comunicado pode ler-se uma explicação do processo de licitação e compra da empresa. A three Gorges explica que depois de duas rondas de licitações já só restam a E-On alemã, a electrobrás brasileira e a chinesa Three Gorges.

Consideraram-se em vantagem, todavia a empresa não revelou o valor da oferta e citou algumas peças jornalísticas para apontar para 2,69 mil milhões de euros, mais 5% que a E-On e mais 6% qeu a Electrobrás.

A empresa chinesa acrescentou que entrar na EDP seria fundamental para ganhar acesso aos recursos naturais brasileiros, sendo que a EDP tem experiência em negócios internacionais e extensos activos em usinas hidro-eléctricas brasileiras.

A Three Gorges começa agora a interessar-se no mercado internacional. A imprensa chinesa tem apontado que a empresa pretende desenvolver projectos, no estrangeiro, com uma capacidade combinada de 5 gigawatts ao longo dos próximos cinco anos.

Em Setembro a empresa mostrou-se preocupada com a crise económica e referiu que a compra da parcela da EDP poderia "ajudar os Estados Unidos e a União Eurpeia a romper com seus actuais problemas financeiros". Referiram ainda que os dois continentes "deveriam abandonar medidas proteccionistas e abrir os braços as investimentos chineses".

A venda da EDP estará concluída em breve. Cada uma das três concorrentes se considera mais forte que a outra.

A China tem-se mostrado bastante interessada no mercado europeu. O número de empresas europeias com participações chinesas subiu de 100 para 118 entre 2008 e 2010 sendo que o volume entre 2003 e 2005 foi apenas de 18 empresas, segundo a Dealogic PLC. Ainda assim é de recordar que estes negócios tiveram lugar antes da crise europeia.

Nesse mesmo período, o valor combinado de negócios subiu de 853 milhões dólares para 43,9 mil milhões de dólares.

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