A EDP Renováveis e a Google fecharam uma parceria que resultou na assinatura do "maior contrato de energia solar distribuída dos EUA", foi esta segunda-feira anunciado pelo grupo EDP.
Em comunicado, a EDP Renováveis explica que o contrato foi estabelecido com unidade de negócio de produção solar distribuída da EDP Renováveis América do Norte (EDPR NA DG). A parceria prevê o desenvolvimento e instalação de "mais de 80 projetos de energia solar distribuída, num total da de cerca de 650 MWp (500 MWac)".
"Este é o maior acordo celebrado entre duas empresas para o desenvolvimento de projetos de energia solar distribuída nos Estados Unidos, segundo os dados da S&P Global e da BloombergNEF (BNEF)", salienta a empresa liderada por Miguel Stilwell d"Andrade.
O contrato prevê benefícios para, pelo menos, 25 mil famílias com baixos rendimentos e permite desenvolver eletricidade em comunidades de energia renovável em seis Estados norte-americanos. Os primeiros projetos vão começar a ser desenvolvidos no Ohio e deverão estar operacionais até ao final de 2024, Estado onde se localiza um campus de centro de dados da Google (New Albany) e uma Google Cloud (em Columbus).
Para Miguel Stilwell d"Andrade, presidente executivo da EDP e da EDP Renováveis, a parceria com a Google cria condições para que "a tão necessária transição para formas mais limpas de produção e utilização de energia" sem "deixar ninguém para trás". "Esta parceria com a Google permite-nos garantir que tal não acontece, tornando a eletricidade mais limpa e, ao mesmo tempo, acessível a mais famílias", defende o gestor citado no comunicado.
Já Sana Ouji, responsável pela gestão de energia da Google, explica que a tecnológica norte-americana pretende "reduzir a despesa com energia nas comunidades onde operamos, enquanto avançamos para o nosso objetivo energético de não termos emissões de carbono".
Através da EDPR NA DG, a energética portuguesa assume o "desenvolvimento, construção e operação dos parques solares fotovoltaicos" previstos nesta parceria, que serão parcialmente financiados "pela aquisição de Certificados de Energia Renovável (REC, na sigla original) pela Google".
Estes REC consistem numa certificação que indica que "um determinado comprador tem os direitos dos benefícios ambientais e sociais da eletricidade renovável produzida por um determinado projeto renovável", refere a mesma nota. A EDP Renováveis e a Google trabalham há dois na criação de um modelo REC - os ImpactRECs.
O objetivo é que este tipo de certificação promova a transição energética justa, de acordo com o comunicado. Como? Este modelo estabelece o "investimento direto nas comunidades locais de energia e garante que aqueles benefícios serão centrados na prestação de apoio às comunidades com baixos rendimentos".
Além do trabalho em torno dos ImpactRECs, a parceria entre EDP e Google inclui ainda a criação de um fundo de impacto comunitário avaliado em 12 milhões de dólares (quase 11 milhões de euros), focado em iniciativas de redução da pobreza energética nas comunidades onde os projetos serão construídos.
A nota da EDP termina com um ponto de situação da operação nos EUA. Atualmente, através da holding para o negócio das renováveis, a EDP desenvolve projetos de energia descentralizada, ou seja, permitindo ao consumidor, particular ou empresa produzir a sua própria energia. Desde 2021 que a EDP detém a EDPR NA DG, que conta hoje com 220 MWp em ativos operacionais, em mais de 440 projetos em 20 Estados norte-americanos.