O ano passado foi de estreias para a EDP Renováveis. Pela primeira vez, a empresa conseguiu um cash-flow positivo, ou seja, gerou mais dinheiro do que aquele que investiu, e com esse excedente abateu dívida, o que significa que está já a investir com recurso a capitais próprios. De acordo com as contas, ontem divulgadas, a empresa fechou 2012 com um cash flow de 666 milhões de euros e investiu 612 milhões.
Para isto contribuiu o aumento do preço de venda da eletricidade produzida, que subiu 10% em 2012, para 63,5 euros por MWh, mas também a estratégia de rotação de ativos que, diz o presidente executivo da Renováveis, João Manso Neto, é para continuar em 2013.
"Temos de ser capazes de gerar o nosso próprio financiamento quer através do cash flow quer da venda de ativos. Quando os nossos parques atingem uma certa maturidade faz sentido vendê-los a investidores com menor perfil de risco", disse Manso Neto na conferência de apresentação dos resultados.
É com base nestes princípios que a Renováveis pretende "construir à volta de 500 MW", ou seja, o mesmo que no ano passado, o que significa que "o investimento não será muito diferente do que foi em 2012 [612 milhões]", adiantou o administrador financeiro da empresa, Rui Teixeira. No entanto, o objetivo é agora afastarem-se dos mercados tradicionais onde têm a maior parte dos seus ativos.
"O crescimento não vai existir no mercado espanhol e nos EUA e por isso vamos crescer nos mercados de Leste e esperamos fazer o primeiro parque eólico no Canadá", disse Manso Neto, adiantando que este projeto terá 30 MW e uma tarifa fixa a 15 anos.
O CEO da Renováveis acrescentou ainda que, este ano pretendem desenvolver o pipeline de projetos que têm em Itália e ainda continuar a apostar na construção de parques solares fotovoltaicos, uma tecnologia que começa agora a ser mais barata.
Em suma, diz Manso Neto, a Renováveis "está à procura de trabalhar nos mercados onde existe estabilidade
regulatória".