Efeito Pokémon Go: Nintendo 3DS cresceu 57% em Portugal

Consola portátil deu um salto nas vendas no último ano, alavancada também pela nova estratégia da empresa para o público infantil
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O jogo nem foi desenvolvido pela Nintendo, mas a loucura com o Pokémon Go que varreu os smartphones no ano passado deu um grande impulso às vendas da empresa em Portugal. “Nunca tínhamos tido, desde o tempo da Wii, tanta gente a falar da Nintendo como com o Pokémon Go”, explica ao Dinheiro Vivo o gestor de produto da Nintendo Portugal, Nelson Calvinho, durante a feira de videojogos E3, em Los Angeles. Este fenómeno juntou-se à mudança de estratégia da empresa no mercado português, que passou a focar-se bastante no público infantil com iniciativas de marketing e publicidade durante todo o ano.

O resultado foi um salto de 57% nas vendas da consola portátil 3DS, um dado notável tendo em conta que o aparelho já leva seis anos de mercado. Só em Portugal, a consola tem uma base instalada superior a 100 mil unidades, numa altura em que as outras marcas desistiram deste segmento. “A Nintendo 3DS é líder absoluta de mercado em Portugal”, confirma Nelson Calvinho. “Software vende hardware, e a Nintendo tem continuado a apostar em jogos muito fortes para 3DS.” No rescaldo da E3 do ano passado, a marca lançou o Pokémon Sun and Moon e este tornou-se no mais vendido de sempre.

“Estamos a ter um público infantil muito mais alargado, as consolas têm preços mais acessíveis para os pais”, adianta o responsável. "A Nintendo sempre foi uma plataforma muito forte com crianças e adultos, falta aquela parte ali dos adolescentes”, nota. Em termos de receitas globais, a subsidiária cresceu 4%. As perspetivas para o corrente ano fiscal, que começou em abril, são mais ambiciosas que isso. Este poderá ser um dos melhores anos de sempre da Nintendo em Portugal, embora Calvinho ressalve que será difícil equiparar a 2010/2011, em que a empresa liderou o mercado português durante 18 meses.

Certo é que a Switch teve o melhor lançamento até à data de uma nova consola Nintendo em território nacional, melhor que a Wii. A consola doméstica híbrida foi lançada em março e tem atraído sobretudo adultos – homens dos 20 aos 35 anos. “Está a ter uma adesão incrível e anda permanentemente esgotada tanto em Portugal como em todo o mundo”, refere Calvinho. A própria Nintendo não estava à espera deste entusiasmo e percebeu que tinha de aumentar a capacidade de produção. O principal atrativo da Switch é que pode ser usada como consola doméstica, ligada à televisão e com os controladores tradicionais, ou levada para fora e usada como consola portátil. Recentemente, o jogador da Seleção Bernardo Silva foi fotografado a jogar Switch e isso ajudou a consola a tornar-se “cool.”

Na feira E3, que decorreu esta semana em Los Angeles, mais de metade do enorme espaço da Nintendo estava dedicado ao Super Mario Odyssey, o título que chegará à Switch a 27 de outubro. É um jogo relevante não apenas pela força do franchise, mas porque pela primeira vez se joga num mundo aberto, que pode ser explorado em inúmeras direções e dá ao Mario a capacidade de controlar personagens humanas.

Outro grande destaque do stand na feira foi o EA Sports FIFA 18, que vai chegar à Switch em setembro. Nelson Calvinho acredita que este será um título decisivo para que as pessoas percebam a vantagem de uma consola híbrida: poderão jogar não apenas em casa em frente à televisão, mas levar o FIFA para o café ou para a sala de um amigo. “O fator conveniência é sempre mais poderoso que qualquer fator tecnológico ou 4K”, aponta o responsável, aludindo às capacidades mais promovidas da concorrência – a PlayStation 4 Pro e a próxima Xbox One X.

Rocket League, ARMS, Minecraft, The Elder Scrolls V: Skyrim, The Legend of Zelda e alguns títulos indie que já estão disponíveis compõem o resto de um portfólio ainda pequeno mas atrativo para a Switch. “Há motivos para estar otimista de que vai ser um ano muito bom para a Nintendo Portugal”, resume Calvinho. Não só pela Switch, mas pela 3DS, a nova 2DS XL, as figuras Amiibo (que terão mais adições) e o software que continua a chegar, desde Mario & Luigi a Yokai Watch.

"O objetivo da Nintendo é sempre apelar a todo o tipo de público, independentemente da experiência, idade ou sexo", refere Calvinho. "Acho que é isso que se pretende com a Switch."

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