Entre 2018 e 2021, o teor médio de sal e açúcar dos produtos alimentares reduziram 11,5% e 11,1%, respetivamente, anunciou hoje a Direção-Geral da Saúde (DGS). Estima-se que tenha existido uma redução global de cerca de 25,6 toneladas de sal e 6256,1 toneladas de açúcar nos alimentos abrangidos pela medida de redução dos teores de sal, açúcar e gorduras trans do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), da DGS e da Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável (EIPAS).
Batatas fritas e outros snacks, cereais de pequeno-almoço e pizzas, iogurtes e leites fermentados, leite achocolatado, refrigerantes e néctares, são as categorias mais relevantes avaliadas no PNPAS.
De acordo com os dados revelados pela DGS, o teor médio de sal destes produtos passou de 1,14g por 100g em 2018 para 1,01g por 100 g em 2020. Já o teor de açúcar passou de 7,46 g por 100g para 6,36g por 100g. "Face às metas definidas no âmbito deste protocolo que, na sua maioria, têm como referência o final do ano de 2022, cerca de 50% das categorias de produtos alimentares em análise atingiram ou ultrapassaram estes valores.", afirma a DGS, ressalvando que os refrigerantes, o leite achocolatado e os iogurtes já atingiram a meta de redução de teor de açúcar definida para 2022. Quanto ao teor de sal, os cereais de pequeno-almoço e as pizzas já alcançaram igualmente a meta de redução.
Com o objetivo de reduzir o consumo de alguns nutrientes de risco para a saúde, o processo de reformulação dos produtos alimentares é um compromisso entre o Estado e as principais associações do setor alimentar, de que são exemplo a Federação das Indústrias Portuguesas AgroAlimentares (FIPA) e a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED).
Jorge Tomás Henriques, presidente da FIPA, considera que "apesar de ser um desafio complexo de inovação e investigação alimentar, a reformulação é um sólido compromisso das empresas do setor" e que "esta é também uma prova de que a autorregulação e a colaboração entre as várias entidades do sistema alimentar são eficazes no contexto da promoção de uma alimentação sustentável e saudável". Isabel Barros, presidente da APED, complementa ainda acrescentando que é essencial apostar em "informação clara sobre composição, perfil nutricional e origem dos alimentos".
O trato, assinado em 2019, contempla um sistema de avaliação anual realizado pela NielsenIQ, com apoio do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e supervisão da DGS, mais concretamente do PNPAS. Através deste programa, "foi possível assegurar uma alteração do perfil nutricional dos produtos alimentares mais consumidos pela população portuguesa dentro das categorias abrangidas por este acordo", conclui a Direção-Geral da Saúde.
Notícia atualizada às 20h34.