Embaixador alemão: Estratégia de consolidação em Portugal teve "efeitos colaterais não previstos"

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O embaixador da Alemanha em Lisboa reconhece que a "estratégia de consolidação orçamental" em Portugal teve "efeitos colaterais não previstos", como o desemprego, mas considera que a situação é "acompanhada com simpatia" por Berlim.

Em declarações à Lusa, no instituto Goethe, em Lisboa, onde se reúnem duas centenas de pessoas para acompanhar os resultados das eleições na Alemanha, o embaixador Helmut Elfenkämper reconheceu que "a estratégia de consolidação orçamental" seguida em Portugal teve "efeitos colaterais que não estavam previstos na dimensão em que aconteceram na realidade, com esta grande taxa do desemprego e a perda de poder de compra para muita gente".

Este cenário "é naturalmente preocupante" e obriga a encontrar alternativas para prosseguir "o caminho de consolidação em Portugal e noutros países do Sul da Europa", mas o embaixador não duvida que "a Alemanha está pronta a ajudar".

Os alemães que vivem em Portugal, referiu o diplomata, "têm seguido com muita atenção os movimentos da opinião pública portuguesa durante toda esta crise" e "conhecem bem" a realidade portuguesa.

Para além disso, o "cidadão médio comum" alemão tem mais problemas com a Grécia. O desenvolvimento na situação em Portugal "tem sido acompanhado na Alemanha com muita simpatia, todos os esforços que têm sido feitos, os sacríficos da população", destacou.

Sobre as projeções já conhecidas, o embaixador sublinhou que já era conhecida a possibilidade de os liberais não regressarem ao Parlamento, o que, reconheceu, deixou felizes "alguns dos mais jovens, mas os mais velhos certamente que não".

Sobre a previsível subida do AfD (extrema-direita), muito perto de entrar na Assembleia, o diplomata recordou que as sondagens já a indiciavam, mas, "naturalmente, a entrada deste partido no Parlamento federal complicaria a continuação do trabalho", até porque "recusam o euro".

Porém, as alternativas de coligação governamental que se apresentam "se estes resultados se confirmarem", garantem "um caminho certo, pró-europeu, da política alemã", afiançou.

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