Emissão da CGD visa apenas fundos de investimento, de pensões e seguradoras

Os primeiros frutos da recapitalização pelos contribuintes serão recolhidos por seguradoras, fundos de investimento, de pensões e fundos abutre
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A Caixa Geral de Depósitos (CGD) esclareceu esta tarde que a emissão de dívida subordinada prevista no plano de recapitalização não será colocada junto a clientes particulares ou empresas, visando exclusivamente "fundos de investimento e 'hedge funds', fundos de pensões e seguradoras".

Os particulares ficarão assim fora da emissão de dívida que, no fundo, assegura que o setor financeiro privado será o primeiro a lucrar com a recapitalização do banco público pelos contribuintes, independentemente da CGD ter lucros ou prejuízos. A decisão de privilegiar o setor privado e, sobretudo, o setor privado financeiro nesta emissão de dívida foi tomada por Bruxelas.

A emissão de dívida subordinada foi exigida à CGD de modo a poder substituir os CoCos subscritos pelo Estado, cujos juros pagos anualmente pelo banco foram compensando parcialmente os contribuintes pela falta de dividendos da CGD nos últimos anos.

Depois de ontem a administração do banco público ter promovido um encontro com empresários do Norte do país, o esclarecimento da CGD visa deixar claro que este evento não serviu para captar investidores para a emissão de dívida, cujos juros anuais deverão rondar os 10%. Esta emissão de dívida subordinada deverá chegar aos mil milhões de euros, dividida em duas tranches de 500 milhões.

"No âmbito do seu plano de recapitalização, a Caixa Geral de Depósitos está a preparar uma emissão de dívida subordinada AT1 (additional tier 1)", começa por referir a nota de hoje da CGD.

"Pelas suas características de subordinação e tratando-se de dívida perpétua, esta emissão é dirigida exclusivamente a investidores institucionais, nomeadamente fundos de investimento e 'hedge funds', fundos de pensões e seguradoras", acrescenta o banco, que clarifica de seguida que "não haverá colocação desta emissão junto de clientes particulares ou empresas, bem como junto de entidades públicas, nos termos do acordo com a DG Comp".

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