"Empresas começam agora a despertar para a cibersegurança"

Vendas da Aon Portugal cresceram 40% em quatro anos, a norte. Consultora quer expandir ajuda às empresas na prevenção de riscos.
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Crise após crise, a resiliência do tecido empresarial vem sendo testada e a pandemia foi a mais recente. Renata Marques, responsável pelo escritório da Aon Portugal no Porto, admite que a covid-19 funcionou como um "acelerador" da necessidade de as empresas conhecerem os seus riscos e como os mitigarem. Pelo menos, aqueles que podem ser antecipáveis, como os riscos de cibersegurança, reputacionais ou climatéricos. A gestora está há quatro anos na Invicta, período em que as vendas da empresa cresceram mais de 40% na região, que contribui com quase um quarto da faturação nacional. O objetivo nos próximos dois anos é aumentar esse contributo para os 35%.

Associada normalmente aos serviços de mediação de seguros, a Aon Portugal assume-se como "muito mais do que isso", ajudando as empresas numa fase anterior. Ou seja, permitindo que conheçam os seus riscos e encontrem as soluções para os reduzir, mitigar ou transferir e, aqui sim, entra o negócio de broking de seguros.

A Aon Portugal trabalha maioritariamente com PME, mas também com grandes empresas, e conta com uma carteira que "reflete a distribuição setorial a norte": indústria transformadora, agroalimentar, construção, transportes, comércio e serviços.

"A pandemia acabou por ter um papel importante ao acelerar as preocupações dos empresários com o risco. A subida intensa e acelerada dos preços dos seguros, sobretudo em indústrias consideradas de maior risco e em alguns ramos específicos, veio evidenciar a necessidade de as empresas terem os riscos bem protegidos", refere Renata Marques.

Uma das áreas que mais tem preocupado os empresários nos últimos meses é o disparar dos custos das matérias-primas e da energia. E se em relação à energia a Aon Portugal não tem ainda nenhuma solução a propor, na questão do abastecimento está já a estudar soluções de seguros - inexistentes em Portugal, mas disponíveis noutros países - que permitem limitar o aumento dos preços das matérias-primas. Outra hipótese é a inclusão da cobertura de perdas de exploração na apólice de seguros, caso um dos fornecedores tenha um sinistro e deixe de poder corresponder às encomendas firmadas.

Citaçãocitacao19,5 milhões de euros foi a faturação em 2021, mais 20% do que em 2019. Dos 109 trabalhadores da Aon Portugal 16 estão no Porto

A cibersegurança é outra das áreas para a qual só agora grande parte das empresas começa a despertar. "O nosso papel é ajudar a analisar as vulnerabilidade da empresa e a fazer a quantificação do risco, de modo a que o empresário entenda qual o seu nível de exposição e as medidas que pode tomar, ao mesmo tempo que determinamos qual o prejuízo máximo que pode ter perante um ataque informático", explica a responsável.

O risco reputacional é outro tema para o qual os empresários começam a prestar atenção, face ao mediatismo das redes sociais. Neste caso, a intervenção da Aon Portugal passa pela formação dos quadros, para que "saibam dar resposta a um incidente" deste tipo. "A nossa ambição é ajudar os empresários a terem uma perspetiva de longo prazo, preparando-se antecipadamente para as crises. E isso passa por terem uma equipa satisfeita e resiliente, mas também por um balanço saudável, área em que também atuamos, de modo a terem mais facilidade de acesso a novas fontes de capital", frisa.

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