Empresas continuam a investir em IoT: mercado cresce 10,6% em 2023

Há uma evolução dos casos de utilização e as indústrias que mais irão gastar em Internet das Coisas são a manufatura, serviços profissionais, utilities e retalho.
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Enquanto outras áreas tecnológicas sofrem recuos, os investimentos em Internet das Coisas (IoT) vão ter um crescimento saudável em 2023, de acordo com as últimas previsões da IDC. A consultora aponta para que os gastos em IoT subam 10,6% em 2023 para 737,8 mil milhões de euros, com uma tendência ascendente que se manterá nos próximos anos.

As áreas que mais estão a investir em IoT são a manufatura (34,5%, discreta e processos), os serviços profissionais (10%), as utilities (9,4%) e o retalho (8,1%).

A IDC explica que estes investimentos são agora considerados essenciais para dar suporte a estruturas empresariais cada vez mais digitalizadas e distribuídas. Na maioria dos casos, as empresas procuram soluções que as ajudem a atingir objetivos de negócio específicos, como redução de custos ou maior eficiência da cadeia logística.

"Os últimos anos mostraram que a conexão com uma infraestrutura digital já não é um luxo, mas sim uma necessidade", afirma o analista da IDC Carlos M. González. "Para que as organizações sejam bem sucedidas em operações governadas por dados, investir em projetos IoT é essencial", considera.

"Ligar dispositivos a redes de dados para obter conhecimento, expandir as operações e aumentar o desempenho são os pontos focais da execução de um ecossistema IoT."

A IDC menciona vários casos de utilização que vão receber maiores fatias de investimento, desde operações de fabrico a inventário inteligente, "smart grids" (redes de eletricidade inteligentes), resiliência da cadeia de abastecimento e carregamento de veículos elétricos. Outras são a prevenção de quebras, monitorização agrícola e cacifos e máquinas de vending conectadas.

As previsões otimistas da consultora apontam para que este mercado registe um crescimento anual agregado de 10,4%, chegando perto de um bilião de euros em 2026.

Entre as várias indústrias que continuam a investir nestas tecnologias, a IDC identifica os governos locais e as telecomunicações como as que vão aumentar mais rapidamente os seus gastos: os governos com subidas de 12% ao ano e as telecoms 11,7%.

A Europa Ocidental, Estados Unidos e China estarão na linha da frente, acumulando mais de metade de todo este investimento. Mas a Europa Ocidental deverá ultrapassar os Estados Unidos durante o período em análise, crescendo 11% ao ano contra 8% dos EUA.

Em termos de tecnologias, a área mais significativa será a dos serviços IoT, seguida do hardware (em especial sensores e módulos) e software.

"Os maiores investimentos na produção de bens e cadeias de abastecimento em resultado da pandemia de covid-19 e as reações globais que causaram enormes disrupções sociais e empresariais são evidentes nos novos casos de utilização", sublinha o analista Marcus Torchia.

"Estes casos de utilização relacionados com a produção e a cadeia logística podem ser vistos nas indústrias de manufatura, retalhos e transportes", continua. A IoT está também a ajudar processos de cultivo, colheita e distribuição na agricultura, indica, bem como noutras áreas.

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