Empresas de Lisboa recusaram programa de testes gratuitos à covid-19

Segundo o jornal Público, o programa "Lisboa Protege", criado pela autarquia há um mês, não tem tido muita recetividade por parte das empresas. Foram emitidos apenas 29 vouchers.
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Há cerca de um mês a Câmara de Lisboa criou o programa "Lisboa Protege", que paga dois testes anti-covid por mês a cada funcionário das empresas (mesmo que tenham residência fora do concelho de Lisboa) que viram a sua faturação cair mais de 25% por causa da pandemia. Contudo, e de acordo com o Público, ao fim deste tempo, apenas 29 vouchers foram emitidos, e apenas um destes foi utilizado.

Segundo o jornal, a cidade conta com um universo de 5100 empresas, que engloba cerca de 6000 trabalhadores. Mais de metade destas empresas são restaurantes, as restantes são comércio.

Por outro lado, e relativamente à iniciativa para os residentes, que permite que sejam realizados dois testes gratuitos por mês em farmácias, o Público escreve que na última semana foram realizados 5000 testes (incluem pessoas de todas as idades, inclusive crianças), sendo que, segundo o balanço da autarquia a 13 de Maio, haviam sido realizados 24.419 testes num concelho que tem meio milhão de habitantes.

Ontem, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde anunciou em conferência de imprensa novas medidas para Lisboa devido ao aumento de casos. "É uma situação que preocupa e que deve ser encarada como um sinal de alerta, não de alarme", indica o responsável, sobre "a incidência cumulativa a 14 dias crescente desde o início de maio".

A incidência está agora acima de 120 casos por 100 mil habitantes e o R(t) a 1,14, com o aumento de casos a ser sobretudo na faixa etária entre 20 e os 40 anos, explicou André Peralta Santos, diretor de Serviços de Informação e Análise da Direção-Geral da Saúde.

A mobilidade da zona faz com que dispersão seja maior o que aumenta o risco, diz Lacerda Sales, falando no reforço da testagem, daí que haja agora "uma aceleração no processo de vacinação em Lisboa, começando com a faixa etária de 40 anos a 6 de junho e dos 30 anos, a partir de 20 de junho".

O presidente do INSA (Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge), Fernando Almeida, explicou que quando o plano e testagem em curso em todo o país detetam alguma anormalidade, "tendem a adaptar-se" e que no caso da testagem em Lisboa está a ser "proativa" ao responder ao aumento de casos positivos.

Já a 27 de maio é antecipado o programa de testagem nas escolas secundárias, o programa de testagem a alunos, docentes e não-docentes, enquanto nos concelhos com mais de 120 casos por 100 mil habitantes a testagem também foi antecipada e começa entre 31 de maio e o início de junho.

No Ensino Superior existem 23 instituições "totalmente disponíveis para antecipar" o programa normal de testagem, apesar da baixa frequência de alunos por se encontrarem em época de exames. No caso das residências universitárias, as ações "muito fortes de testagem começam já amanhã".

Os condutores de táxis e TVDE vão também poder testar-se "perto dos locais de trabalho" a partir de 28 de maio e nas zonas de concentração e convívio da cidade de Lisboa "com grande concentração de jovens e adultos" estarão presentes unidades móveis para "testar e sensibilizar para a necessidade de distanciamento social". Já a população migrante e requerente de asilo começa a ser testada "a partir de 27 de maio", com apoio do INEM e INSA.

Nas interfaces de transporte e zonas de grande circulação - como a Gare do Oriente - vão agora também estar presentes unidades móveis e nos restaurantes, locais de comércio.

Entretanto, o governo fez já saber que decidiu acelerar a vacinação contra a covid-19 "a nível nacional", e não apenas em Lisboa, alargando-a a maiores de 40 e 30 anos a partir de 06 e 20 de junho.

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