Empresas devem apostar na saúde e bem-estar para reter talentos

Estudo sobre tendências no âmbito da transformação trazida pela epidemia, aponta pistas de como as empresas podem reter talento numa altura de mudanças.
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Reter talento nas empresas é um desafio, sobretudo quando se trata das camadas mais jovens. Nem sempre o factor salário é o principal, na hora de escolher sair ou ficar na função. Com as mudanças que ocorreram na sociedade e na forma de trabalhar, será que há novas formas de reter os trabalhadores mais talentosos? Um estudo sobre tendências levado a cabo pelo Grupo Ageas Portugal e o Eurogroup Consulting deixa algumas pistas. O estudo conclui que existem oito grandes tendências emergentes trazidas pelas medidas adotadas no âmbito da epidemia.


Uma delas é a maior atenção dada às questões de saúde e bem-estar: "Também há um grande foco na família e também a questão da solidariedade é um hoje um tema. O confinamento fez com que a solidariedade se tornasse uma tendência emergente", disse Laetitia Arrighi de Casanova, Partner & Head of Business Strategy practice, Eurogroup Consulting. "Mas um ponto forte é a atenção dada à questão da saúde e do bem-estar", adiantou.


Segundo o Observatório de Tendencias realizado pela Ageas e a Eurogroup, a preocupação com a proteção na área da saúde foi apontada por 74% dos inquiridos e a procura por uma alimentação mais saudável e pelo consumo de produtos locais foi sinalizada por 73%. "Para as empresas, estas tendências são importantes para reter talento. Os mais jovens, por exemplo, que mais facilmente mudam de emprego, podem agora ser atraídos por benefícios ligados a proteção na saúde e ao bem-estar", indicou a mesma responsável. Nesta linha, também o equilíbrio fisico-mental é uma preocupação crescente no contexto da epidemia e das medidas implementadas pelo Governo.


"Não vemos que tenha havido uma transformação estrutural. Há é uma maior apetência por uma vida mais saudável", afirmou Inês Simões, Head of Corporate Communication and Brand na Grupo Ageas Portugal. Estas tendências apontam para a oferta de benefícios aos colaboradores que envolvam a proteção na saúde, vouchers relacionados com o bem-estar, como vouchers para ginásios ou terapias.


Outro ponto importante é o tema do teletrabalho. "Houve uma adaptação muito rápida ao teletrabalho", disse Inês Simões. "E os próprios gestores mostram vontade e motivação para passarem a previlegiar o trabalho misto", acrescentou. O comunicado com as conclusões do estudo referiu "uma apreciação relativamente boa do teletrabalho - de 2,90 em 4 -, especialmente por parte dos mais jovens, apreciação que vai reduzindo claramente com o aumento da idade". Sendo o teletrabalho preferido por camadas mais jovens, a disponibilização de bons equipamentos informáticos pode ser também uma forma de manter os colaboradores mais satisfeitos e motivados.


O foco na família, agora combinado com uma forte aspiração à solidariedade, à aspiração para saúde e bem-estar, para uma alimentação saudável e aquisição de produtos locais. Por outro lado, existe alguma fragilidade, denotada pela necessidade acrescida de proteção e previdência e poupança.
Uma das grandes tendências é a homification, ou a casa no centro do mundo. Recompensas relacionadas com o trabalho em casa podem ser abordadas igualmente.


Ainda segundo o Observatório de Tendências, 52% dos portugueses estão adaptados à realidade no âmbito da epidemia. Revelam também um nível de otimismo no futuro, com 6,3 em cada 10 portugueses a mostrar-se otimista.

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