“A Weber não vende só grelhadores, vende uma forma de cozinhar com amigos”
Ruben Costa

“A Weber não vende só grelhadores, vende uma forma de cozinhar com amigos”

A norte-americana Weber abriu uma nova loja em Sintra (que se seguiu à primeira, no Porto). Os responsáveis da marca estimam crescimentos de 25% em faturação em Portugal nos próximos dois a três anos, fruto de um maior interesse dos portugueses nas novas formas de grelhar os alimentos.
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Marca icónica nos Estados Unidos e um pouco por todo o Mundo, a Weber - inventores do grelhador com forma de bóia - abriu a sua segunda loja em Portugal. Depois do Porto, a empresa inaugurou um novo espaço em Sintra, numa parceria com a Horto do Campo Grande. Em conversa com o DN/Dinheiro Vivo, o diretor-geral para a Península Ibérica, Ivan Martínez Esteve, traçou o crescimento da Weber em Portugal nos próximos anos.

“Em Portugal estamos a crescer 25% e acreditamos que podemos continuar a crescer a essa taxa nos próximos dois ou três anos. Além disso, precisamos ver como está a economia e como está a dinâmica positiva que temos agora. Mas posso dizer que, daqui a dois ou três anos, esse crescimento será de dois dígitos e em torno de 25% ao ano”, afirma.

O crescimento em Portugal, detalha Ivan Martinez Esteve - um catalão de Barcelona com passado em marcas de alpinismo e na Leatherman - está em linha com o mercado ibérico. “Temos níveis de margem semelhantes, muito semelhantes ao nível europeu. E a nossa política comercial está definida a nível europeu, por isso os preços são os mesmos aqui que na Dinamarca, na Polónia ou em qualquer outro país”, diz o responsável. Em termos de vendas, por exemplo, os consumidores portugueses já começam a dividir a sua escolha entre os grelhadores a gás, mais caros, e os mais tradicionais a carvão, habitualmente mais baratos. Por isso mesmo, explica Ivan Martinez Esteve, se em faturação o gás e o carvão estão 50/50, em unidades vendidas os gralhadores a carvão ainda estão no topo das preferências.

Ivan Martínez Esteve recorda que o crescimento da Weber e do mercado dos grelhadores (barbecue) teve um disparo com o confinamento do Covid, mas em Portugal e Espanha também devido aos muitos expatriados (muitos norte-americanos) a residir no país.

“É verdade que, tanto em Espanha como em Portugal tem tido cada vez mais residentes estrangeiros do que nos seus países de origem. Eles cozinham com barbecues, e isso também nos ajudou a alcançar uma maior penetração no mercado. Por exemplo, na região da Catalunha, ou em Málaga, começámos com clientes principalmente estrangeiros e, agora, eu diria que praticamente 90% das vendas ou mais são de clientes nacionais.

E começa a haver alguma resistência à Weber por ser uma marca americana? “Não creio. Somos uma marca norte-americana, mas a Weber tem fábricas na Polónia, recebemos muitos dos nossos produtos da Polónia. Temos fábricas na Ásia, na China, ainda que cada vez menos, na Tailândia e temos nos Estados Unidos. Quer dizer, há muitas fábricas e, dependendo das tarifas, o produto pode vir de um lugar ou de outro”.

Por falar em tarifas, como é que essa incerteza vai afetar o posicionamento da Weber em Portugal e na Europa? “Há um pouco de incerteza, sim. Mas em termos de compras, praticamente não recebemos produtos dos Estados Unidos. Por isso, é mais uma preocupação em termos de marca, porque a marca teve que fazer um esforço enorme para aumentar a produção nos Estados Unidos”, realça o diretor-geral da Weber Ibérica.

“Nós vendemos uma forma de cozinhar com amigos, com a família. O fundador da Weber costumava dizer ‘não estamos num negócio industrial, mas sim num negócio de entretenimento’. O que fazemos é unir as pessoas”.

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