A APCRI – Associação Portuguesa de Capital de Risco está a preparar uma proposta para o Governo que visa mudar a designação de “capital de risco” para “capital de investimento”. Esta mudança tem como objetivo aumentar a atratividade do setor, conforme anunciado em comunicado.O presidente da APCRI, Stephan de Moraes, destacou que “os bons resultados obtidos pelas empresas portuguesas que receberam investimentos de sociedades gestoras de 'private equity' e 'venture capital'” fundamentam esta proposta. A associação acredita que a nova designação, mais alinhada com o uso internacional, poderá ajudar a atrair mais investidores.Na sua conferência anual, marcada para quarta-feira, a APCRI apresentará o estudo “Impacto do Capital de Risco em Portugal – Emprego, Crescimento e Internacionalização”, realizado pelo ISCTE, que reforça a importância estratégica do setor na economia portuguesa. O estudo revela que as empresas que receberam investimentos geram, em média, um volume de negócios 12,3 vezes superior à média nacional e empregam 15,1 vezes mais pessoas.Adicionalmente, as empresas investidas têm 49% do seu volume de negócios proveniente de exportações, o que contribui para resultados anuais muito acima da média nacional. As projeções indicam que o volume de negócios anual das empresas financiadas por capital de risco poderá atingir 21,7 mil milhões de euros, gerando cerca de 177 mil empregos.O impacto fiscal do setor também é significativo, com as empresas analisadas a pagarem, em média, 2,2 milhões de euros de IRC por sociedade em 2023, contribuindo assim para as finanças públicas.Stephan de Moraes sublinhou a necessidade de melhores condições para o setor, pedindo ao Governo que implemente rapidamente medidas do programa apresentado em junho, incluindo a criação de um fundo de fundos sob gestão do Banco Português de Fomento e incentivos para investidores institucionais.