Grupo EDP vai investir 12 mil milhões de euros entre 2026 e 2028

Plano de Negócios da elétrica portuguesa indica que a maioria do investimento (7,5 mil milhões) será em renováveis (eólica, solar e armazenamento de energia em baterias).
Grupo EDP vai investir 12 mil milhões de euros entre 2026 e 2028
MIGUEL PEREIRA DA SILVA/LUSA
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A EDP prevê um investimento bruto de 12 mil milhões de euros entre 2026 e 2028, a maior parte (7,5 mil milhões) na EDP Renováveis, em capacidade eólica e solar e em sistemas de armazenamento de energia em baterias. O valor consta de um resumo do plano de negócios que o grupo português apresenta esta quinta-feira aos mercados.

Cerca de 60% de todo este investimento nas renováveis, adiantou a empresa, será feito nos Estados Unidos.

Além dos 7,5 mil milhões na EDP Renováveis, o grupo prevê investir 3,6 mil milhões em Redes Elétricas, dos quais 66% na Península Ibérica.

O plano, indica a EDP num resumo enviado à CMVM, é o de “continuar a fortalecer a sua [capacidade de] FlexGen e portfolio de clientes na Ibéria”.

Em termos globais, estes 12 mil milhões de investimento representam uma descida face às previsões de investimento anteriores. Nas Renováveis, os 1,8 mil milhões de investimento da EDP-R para este período representa um corte de 21% face ao anterior plano.

Numa apresentação mais detalhada enviada pela EDP-R aos mercados, a empresa indica que 95% deste investimento em renováveis será feito em mercados com rating A, com "foco nos Estados Unidos e Europa". O peso do mercado americano na EDP-R vai crescer de 50 para 60%.

No período do plano de negócios, a EDP-R prevê instalar 5GW de nova energia verde, incluindo solar e eólica.

Por outro lado, o plano de negócios prevê uma redução da dívida líquida do grupo EDP em mil milhões de euros entre 2026 e 2028, dos atuais 16 mil milhões para 15 mil milhões, "fortalecendo o balanço" e suportado "por investimentos disciplinados e uma geração robusta de cash flow". Esta expectativa assenta num rating BBB e na manutenção de um "portfólio resiliente e de baixo risco".

As receitas líquidas, estima a EDP, deverão crescer dos atuais 1,2 mil milhões de euros para 1,3 mil milhões em 2028 (uma subida de 8% face à estimado no final deste ano), "melhorando o perfil de qualidade da receita graças a uma redução do peso dos ganhos com a rotação de ativos, associado a um peso maior do perfil [de receita] dos contratos regulados e de longo prazo e mercados com rating A". Isso permitirá, segundo o grupo, uma melhoria do dividendo mínimo de até 21 cêntimos por ação até 2028 (mais 5% do que este ano).

O EBITDA, por outro lado, deverá subir dos 4,9 mil milhões estimados para este ano, para 5,2 mil milhões em 2028 (+6% face a 2025), suportado pelo crescimento nas renováveis no mercado americano, bem como maiores investimentos nas redes elétricas em Portugal e Espanha.

O grupo português pretende continuar a fazer uma rotação dos seus ativos (num total de 5 mil milhões em rotação de ativos no período do plano de negócios), com ganhos médios anuais de 200 milhões por ano. Por outro lado, a EDP quer aumentar "a eficiência e agilidade" em todo o seu negócio, com gastos operacionais (OPEX) de 1,9 mil milhões de euros entre 2026 e 2028 e alcançando um rácio OPEX/Lucros brutos de 26%. E pretende chegar a esse raciocínio com "automatização, robotização e gestão de ativos com uso da IA".

E depois de 2028, o que se segue? A EDP vê um crescimento da procura por energia elétrica assente na instalação de data centers nos Estados Unidos e na Europa, "permitindo um crescimento acelerado nas renováveis".

Na terça-feira, a EDP anunciou aos mercados que registou lucros de 952 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, menos 12% face a igual período de 2024.

Já resultado líquido recorrente – que exclui efeitos extraordinários como ganhos de venda de ativos – atingiu 974 milhões de euros, mais 5% em termos homólogos, beneficiando do aumento da capacidade renovável e do bom desempenho das redes de eletricidade em Portugal e Espanha, de acordo com o comunicado emitido à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A empresa destacou que a capacidade instalada cresceu 3,4 gigawatts, o que permitiu uma subida de 14% na produção total de eletricidade, apesar da queda de 9% no preço médio de venda. O aumento da produção foi também impulsionado pelo contributo das operações nos Estados Unidos e da atividade de redes em Portugal e Espanha. 

O resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) totalizou 3.772 milhões de euros, menos 3% face a igual período de 2024. O EBITDA recorrente foi de 3.741 milhões de euros, também em queda de 4%, mas cresceu 4% em base comparável, excluindo efeitos não recorrentes e cambiais.

Notícia atualizada às 8:15

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