Eni quer sair da Galp: "Temos que negociar com Amorim e CGD"

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O presidente executivo da italiana Eni, Paolo Scaroni, disse hoje, numa conference call com investidores que está pronto para vender a participação de 33,34% que detém na Galp Energia.

"A Galp foi um óptimo investimento para nós. Pagámos pelos nossos 33% cerca de mil milhões de euros e só em dividendos e benefícios fiscais já conseguimos isso", garantiu o CEO da Eni aos analistas.

"Estamos a considerar a venda deste activo", continuou. A que preço? "Nunca abaixo do preço de mercado". A posição da Eni vale hoje 3,8 mil milhões de euros.

Scaroni lembrou, contudo, que a saída da ENI terá ainda que passar por negociações com os outros accionistas estratégicos da Galp, a Caixa Geral de Depósitos e a Amorim Energia. "Até 2014, como sabem, qualquer desinvestimento da ENI da Galp tem que ser acordado com os nossos parceiros, a Amorim e o Estado português, através da Caixa"

Esta não é a primeira vez que o CEO da petrolífera italiana fala em vender a posição que tem na Galp.

No início do ano passado foram, inclusive, referidas negociações com a brasileira Petrobras para comprar os 33.34%, mas o negócio acabou por não se concretizar.

Mais tarde, no mercado, falou-se ainda da possibilidade da Sonangol ficar com essa posição, uma vez que teria interesse em ter uma participação directa na Galp.Hoje, a Sonangol tem uma participação na empresa portuguesa através da Amorim Energia.

Também esse negócio nunca se concretizou, mas o interesse da Eni em vender mantém-se. O ano passado, Paolo Scaroni disse que, não conseguindo reforçar na empresa, então teria de vender, mas que teria de esperar por melhores condições nos mercados para isso.

A Galp é detida pela Amorim Energia e pela Eni. Ambas têm uma participação de 33,34% que apenas podem vender e não reforçar, segundo o definido no acordo parassocial a que as duas empresas estão sujeitas.

Aliás, a possibilidade de vender os 33,34% só se colocou no final de 2010, quando terminou a clausula de standstill que as duas empresas tinham e que as impedia de vender a sua posição durante cinco anos.

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