
Foi em 1992 que nasceu a Expense Reduction Analysts (ERA) com o objetivo de ajudar organizações em todo o mundo a reduzir as suas despesas e otimizar os seus negócios. Em Portugal, só nos últimos cinco anos, a consultora conseguiu poupar mais de 25 milhões de euros às empresas portuguesas em diversos setores de atividade, explicou Paulo Barros, partner da ERA. Um dos mais recentes casos de sucesso é a Garcias Wines & Spirits, a distribuidora portuguesa de vinhos e bebidas espirituosas com mais de 40 anos de história, a quem a consultora foi capaz de garantir poupanças “superiores a 15%”.
As necessidades variam consoante as empresas, mas a abordagem da ERA começa pela compreensão da situação geral e depois com o foco nas categorias de custo mais expressivas. É assim que procuram no mercado soluções mais vantajosas, nomeadamente através da reformulação de processos ou renegociação de tarifas. A proposta de valor, de acordo com o responsável, assenta na “garantia de resultados e no facto de os honorários serem pagos em função dos resultados gerados”, o que permite fortalecer o compromisso e confiança com os clientes.
No caso da Garcias, explicou, o processo passou pelo diagnóstico completo da cadeia de distribuição e de fatores como a segurança, vigilância e seguros, preservando a relação estabelecida ao longo dos anos com fornecedores. A ação da ERA chegou à Garcias por recomendação no início de uma fase de reestruturação em todos os departamentos, que tinha por objetivo a agilização de processos. No entanto, a quantidade de tarefas a realizar levou a empresa a recorrer à consultora, particularmente em áreas como seguros, transportes, segurança e vigilância e material de embalagem.
“O resultado primordial foi a expansão da rede de parceiros comerciais, maior capacidade de negociação e economias substanciais”, apontou Filipa Garcia, CEO da distribuidora portuguesa. Até agora, registam-se poupanças de 20% nos gastos relacionados com segurança, de 17% em transporte de mercadorias, 11% em seguros e uma quebra de custos de 7% em vigilância humana. Para a Garcias, a colaboração tem sido “inquestionavelmente uma mais-valia”, não apenas pela redução de despesas, mas também pelo fortalecimento das operações.
Poupança nacional
A atividade da ERA estende-se a vários setores de atividade, desde os serviços bancários e financeiros à gestão de instalações, transporte e logística, passando pelas telecomunicações e tecnologias. Só no ano passado, iniciaram-se em Portugal mais 200 novos projetos, representando um “crescimento de 25% face ao final de 2022 e um volume global de 600 milhões de euros de custos analisados”, apontou Paulo Barros.
As crescentes pressões económicas e maior volatilidade dos mercados tornam clara a necessidade de as empresas reduzirem custos, mas o trabalho continua a ser mais fácil para as grandes empresas. A maior parte dos clientes da ERA tem faturação superior a 30 milhões de euros e estão localizados maioritariamente no Norte e Centro do país.
Não obstante esses dados, o tecido empresarial português não deixa de ser dominado por Pequenas e Médias Empresas (PME), que ainda revelam “alguma resistência à mudança”. Nas empresas de menor dimensão, os orçamentos limitados e as margens de lucro mais pequenas acabam por “dificultar a tomada de decisão”, embora isso não esteja a impactar o crescimento da ERA, que de ano para ano continua a registar um aumento “significativo” no número de novos clientes.