Escolha da Anseba para gerir supermercados Kero em Angola contestada

Concurso fora contestado por grupo concorrente Alimenta Angola. Foi hoje confirmada a Anseba como vencedora do concurso.
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A Anseba foi a vencedora, entre as três concorrentes à gestão da rede de supermercados angolanos Kero. Também a concurso foram Alimenta Angola e CAMARUFI, que receberam a notícia nesta quarta-feira, com a comissão de avaliação a confirmar a escolha desta como a melhor proposta, dando cinco dias aos concorrentes para contestarem. O que o Alimenta Angola fez, invocando mais experiência e a parceria internacional com o Carrefour.

O IGAPE, porém, tendo confirmado que o Alimenta concorreu sozinho e não em consórcio com os franceses, concluiu o concurso público que arrancara no dia 15 de julho, através de Despacho Presidencial.

De acordo com o jornal Mercado, "em resultado da análise das propostas, com base nos fatores de ponderação, a Comissão deliberou por unanimidade a aprovação e a qualificação dos concorrentes ANSEBA e Alimenta Angola para a fase de negociação e a exclusão da concorrente CAMARUFI. Subsequentemente, conforme o IGAPE, iniciou-se a fase de negociação das propostas, que incidiu especificamente na Componente Financeira dos critérios de avaliação, de que resultou uma nova ponderação e a elaboração do Relatório Preliminar de Negociação, que indicou, igualmente, uma vantagem relativa para o concorrente ANSEBA LDA".

A avaliação tomou por base "os critérios de avaliação previstos nas peças do procedimento, com incidência nos seus fatores e subfatores de ponderação, conforme a Matriz de Avaliação das Propostas, bem como as propostas de melhoria apresentadas pelos concorrentes em sede da fase de negociação", foram analisados e a Anseba venceu, com uma pontuação total de 66,2 pontos, informa aquela publicação.

Contestação

A preferência dada pelo IGAPE à Anseba foi posta em causa igualmente em certos círculos angolanos dado a empresa ter estado alegadamente envolvida em situações consideradas "ilegais", designadamente "por comercialização nas suas instalações de 17 toneladas de farinha de milho branco de marca própria que se encontrava deteriorada, imprópria para consumo humano e que foi apreendida pelo INADEC", soube o DV.

Há referência a pelo menos outra apreensão de grandes dimensões, respeitando cerca de 1670 sacos de farinha da marca Anseba, cuja atividade do seu único estabelecimento comercial grossista terá acabado por ser suspensa no Mercado do Km 30, em 2019, na sequência "de uma operação de fiscalização do INADEC por especulação de preços de produtos da cesta básica", adiantou a mesma fonte, que não quis ser identificada.

Haverá ainda questões que se ligam com a estrutura societária da Anseba, detida por Kalab Woldeselasse Berhe e Yemane Berhe Weldeslassie, que terão tido como sócios na empresa entre 2016 e 2018, familiares do atual ministro da Indústria e do Comércio, Victor Francisco dos Santos Fernandes. Yves Fernandes é apontado como primo do governante, Wanda Fernandes e Odair dos Santos Fernandes também serão seus familiares próximos.

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