O Estado português vai aos mercados internacionais endividar-se em mais 750 a 1000 milhões de euros na próxima quarta-feira em duas emissões com maturidades na ordem dos nove e 15 anos, anunciou a agência que gere a dívida portuguesa (IGCP), esta sexta-feira.
"O IGCP vai realizar no próximo dia 14 de julho pelas 10h30 dois leilões das Obrigações do Tesouro (OT) com maturidade em 18 de outubro de 2030 e 15 de abril de 2037, com um montante indicativo global entre 750 milhões de euros e 1000 milhões de euros", diz uma nota oficial da agência estatal, que é tutelada pelo Ministério das Finanças.
Portugal continua a aproveitar o ambiente extraordinariamente baixo de taxas de juro criado e sustentado pelas compras de dívida por parte do Banco Central Europeu (BCE).
Depois de ter estado a subir até aos 0,46% entre meados de junho e o início de julho, a taxa de juro a dez anos de Portugal (OT) tornou a descer e estava onde a negociar nos 0,32% no mercado secundário.
Este ano, Portugal já emitiu 9,9 mil milhões de euros em obrigações este ano e, segundo o plano de financiamento, pretende ir aos mercados endividar-se em mais 5,2 mil milhões de euros até final deste ano.
Se na semana que vem levantar 750 milhões de euros ou mais, como está planeado, significa que a República terá cumprido já mais de 70% do plano de endividamento de longo prazo previsto para 2021.
De acordo com o IGCP, este ano o Estado pretende ir buscar um total de 15,1 mil milhões de euros em OT, bastante menos do que os 27,2 mil milhões de euros de 2020.
Mas para compensar, este ano há fundos europeus (SURE, por exemplo, que assume a forma de dívida também) que estão a entrar. O IGCP contabiliza cerca de 3 mil milhões de euros nesta rubrica.
Segundo o Banco de Portugal, no final de maio de 2021, a dívida pública total da República já ia nos 274,8 mil milhões de euros, "um aumento de 2,1 mil milhões de euros face ao mês anterior".
Este valor em stock equivale a um máximo de 130% do produto interno bruto (PIB).
"Para esta subida em maio contribuiu o acréscimo de empréstimos, por via, essencialmente, do recebimento da segunda tranche do empréstimo da Comissão Europeia (2,4 mil milhões de euros) ao abrigo do instrumento europeu SURE [a linha europeia de apoio para financiar as medidas de emergência contra o desemprego na pandemia, como o lay-off]", explicou o banco central.
(atualizado às 14h15 com mais dados sobre a dívida pública total)