O facto de muitos profissionais não gostarem dos seus empregos leva a que, não só, o seu potencial não seja explorado na totalidade, como também se diminua a probabilidade de evoluírem nas suas carreiras, afirma a revista Fast Company..Um estudo citado pela publicação americana afirma que a relação entre o empenho e desempenho é de apenas 0,3%, ou seja, o desempenho dos profissionais não está diretamente relacionado com o compromisso para com a entidade empregadora. Isto significa que trabalhadores de alto desempenho podem não estar particularmente satisfeitos com os seus empregos e que pessoas que gostam dos seus trabalhos podem não ser trabalhadores de alto desempenho..A referida análise indica ainda que o nível de satisfação das pessoas com os seus empregos depende mais da sua personalidade e do seu desempenho profissional do que com questões típicas das sondagens de emprego - como, por exemplo, perguntar se o trabalhador confia no patrão ou se tem um melhor amigo no local de trabalho. A evidência científica sugere que pessoas mais satisfeitas com a sua carreira tendem a ser mais produtivas, leais, éticas e menos antissociais, corruptas, stressadas e doentes no trabalho.."Todos nós podemos fazer algo mais para aumentar a afinidade com os nossos empregos", afirma a Fast Company. Descubra os fatores que pode controlar e deve influenciar para estar mais satisfeito com o seu trabalho..Tomar decisões de carreira racionais e informadas, apontadas para as áreas e condições que realmente lhe interessam, irá aumentar significativamente a sua satisfação profissional futura e, consequentemente, o seu desempenho..Deve evitar alguns erros comuns, como dar prioridade ao rendimento a curto prazo em vez do desenvolvimento da carreira a longo prazo, ou colocar títulos e estatuto acima do objetivo. "O que se faz não é tão importante como a razão pela qual se faz, e onde se trabalha não é tão impactante como com quem se trabalha", explica a Fast Company..Comece por definir o que realmente quer, depois dedique tempo a identificar oportunidades de emprego que se enquadrem dentro daquilo que traçou - mas esteja minimamente aberto a experimentar coisas novas. Encare cada experiência como uma oportunidade para obter feedback quanto àquilo que gosta e em que é bom. Aprenda com os seus erros, pois falhar rapidamente é a melhor maneira de ter sucesso a longo prazo.."Ao contrário do que as pessoas pensam, produtividade não é trabalhar mais, mas conseguir mais com menos", afirma a publicação americana..Independentemente da sua função, tenha sempre alguma autonomia e controlo para a desempenhar melhor e eliminar tarefas irrelevantes, bem como dar prioridade aos aspetos em que deve concentrar a sua energia - isto não só o tornará melhor profissional, como também o fará mais feliz no seu trabalho..Muitos dos problemas que o trabalho apresenta são autoinfligidos, no sentido em que opta por não resolvê-los, deixando-os escalar por negligência. Se tiver ideias para melhorar o seu trabalho, fale com o seu chefe e sugira passar a fazer as coisas de forma diferente - "afinal de contas, o seu chefe está interessado no mesmo resultado", realça a revista..Os estudos já realizados estimam que a percentagem de incompetência de gestão é de pelo menos 50%, e que mesmo os melhores empregados têm um desempenho inferior quando são mal geridos. Se já tiver dado inúmeras oportunidades ao seu chefe para mudar, considere a possibilidade de procurar um melhor..Há provavelmente mais chefes compatíveis (e competentes) que gostariam de o gerir. E se mudar não servir o propósito, considere o trabalho independente ou empreendedorismo como alternativas de carreira..A insatisfação é geralmente a diferença entre as expectativas e a realidade, levando as expectativas não satisfeitas à deceção. De acordo com a Fast Company, há duas formas principais de abordar esta questão: tentar esforçar-se mais ou baixar as suas expectativas.."Todos queremos carreiras interessantes que paguem bem, que proporcionem títulos de emprego prestigiosos, liberdade e flexibilidade" explica a publicação americana. No entanto, fazendo uma análise realista ao atual mercado de trabalho, "muitos de nós acabarão por ficar desapontados", ressalva.."A maioria de nós deveria ambicionar empregos que sejam bons ou médios, sem os tomar como garantidos, ou sem tentar torná-los um pouco melhores. Se tiver sucesso, aproveite-o. Se falhar, lembre-se que há muito mais vida do que o trabalho, incluindo, bem, a própria vida.", conclui.