O euro negociava esta segunda-feira abaixo do valor do dólar, a um nível que não era registado desde 2002, quando começou a circular, sob pressão da crise energética que ameaça levar a Europa à recessão.
Às 16:30 (hora de Lisboa), o euro perdia 0,84% e seguia a 0,9941 dólares, o nível mais baixo desde 2002.
O dólar tem vindo a reforçar-se beneficiando da política monetária da Reserva Federal (Fed), que iniciou há meses uma subida das suas taxas de juro e deverá continuar a subi-las, o que torna os investimentos em dólares mais atrativos.
Com a economia norte-americana menos afetada pela guerra na Ucrânia do que a Europa, a Fed tem mais margem de manobra para agir do que os bancos centrais de países europeus.
A valorização do dólar faz com que as importações sejam mais caras, nomeadamente as de matérias-primas como o petróleo, cujo preço é fixado em dólares, acentuando a inflação que atinge consumidores e empresas.
"A Europa está a preparar-se para um novo encerramento do gasoduto Nord Stream 1 no fim do mês", disse à AFP Craig Erlam, analista da Oanda.
Na sexta-feira, o grupo russo Gazprom anunciou a suspensão do fornecimento de gás entre 31 de agosto e 02 de setembro para "manutenção" do gasoduto, o levou a uma nova subida do preço do gás europeu (contrato de futuros de TTF holandês) que atingiu esta segunda-feira 295 euros por MWh, perto do níveis máximos registados nos primeiros dias da invasão russa da Ucrânia.
A libra esterlina também segue debilitada.
"Tem sido um ano mau para a libra, que está a cair, mesmo em relação ao euro, apesar de o Banco da Inglaterra ter subido as suas taxas de juro em todas as reuniões" desde o final de 2021, lembram analistas da OFX.
Com uma libra a valer 1,1764 dólares, a moeda britânica está no seu nível mais baixo desde o início de 2020, nos primeiros meses da pandemia de covid-19.