Excesso de processos leva trabalhadores do IGFSS a marcar greve

A falta de trabalhadores na secção de processo executivo do Instituto de Gestão Financeiro da Segurança Social e a manutenção dos salários sem alteração desde 2001 poderão levar os funcionários deste organismos a parar no dia 30 deste mês. O pré-aviso de greve já foi entregue pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Sintap).
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De acordo com o levantamento realizado pelo Sintap (estrutura sindical afeta à UGT) cada trabalhador daquela secção do IGFSS tem uma média de 16.789 processos de execução a seu cargo, uma carteira média de 2850 contribuintes e um rácio de cobrança de cerca de 3 milhões de euros. Estes números, considera o sindicato, são reveladores "da falta de recursos humanos".

A este problema junta-se um outro: a "ausência de carreiras adequadas às funções desempenhadas" o que desmotiva os trabalhadores. Esta desmotivação tem várias causas. Desde logo, o facto de as remunerações se manterem inalteradas desde 2001 e de o salário não ir além dos 7 euros por hora na carreira de técnico superior. Ao mesmo tempo, alerta o Sintap, estes funcionários têm também cada vez mais sido confrontados com "ameaças e comportamentos violentos por parte dos utentes".

"Não faz qualquer sentido que, em serviços onde os trabalhadores não são condignamente

remunerados devido a critérios economicistas, venham a ser feitos contratos de outsourcing para

suprimir a ausência de juristas em muitos deles", acentua ainda o Sintap em comunicado, alertando ainda que o organismo tem assistido a uma "debandada" dos técnicos juristas das Secções de Processo Executivo para a Autoridade Tributária e Aduaneira".

Todo este contexto, levou o Sintap, liderado por José Abraão, a avançou com um pré-aviso de greve de 25 horas para o dia 30 de junho.

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