De acordo com o levantamento realizado pelo Sintap (estrutura sindical afeta à UGT) cada trabalhador daquela secção do IGFSS tem uma média de 16.789 processos de execução a seu cargo, uma carteira média de 2850 contribuintes e um rácio de cobrança de cerca de 3 milhões de euros. Estes números, considera o sindicato, são reveladores "da falta de recursos humanos".
A este problema junta-se um outro: a "ausência de carreiras adequadas às funções desempenhadas" o que desmotiva os trabalhadores. Esta desmotivação tem várias causas. Desde logo, o facto de as remunerações se manterem inalteradas desde 2001 e de o salário não ir além dos 7 euros por hora na carreira de técnico superior. Ao mesmo tempo, alerta o Sintap, estes funcionários têm também cada vez mais sido confrontados com "ameaças e comportamentos violentos por parte dos utentes".
"Não faz qualquer sentido que, em serviços onde os trabalhadores não são condignamente
remunerados devido a critérios economicistas, venham a ser feitos contratos de outsourcing para
suprimir a ausência de juristas em muitos deles", acentua ainda o Sintap em comunicado, alertando ainda que o organismo tem assistido a uma "debandada" dos técnicos juristas das Secções de Processo Executivo para a Autoridade Tributária e Aduaneira".
Todo este contexto, levou o Sintap, liderado por José Abraão, a avançou com um pré-aviso de greve de 25 horas para o dia 30 de junho.