(Exemplo) EDP vende 50% do grupo de centrais termoelétricas Aboño

Centrais localizam-se na região das Astúrias e fazem parte do negócio termoelétrico que a energética portuguesa tem em Espanha.
Interior de uma das infraestruturas do grupo de centrais Aboño, em Espanha.
Interior de uma das infraestruturas do grupo de centrais Aboño, em Espanha.
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O grupo EDP anunciou esta sexta-feira um reforço dos planos para as centrais termoelétricas que o grupo opera em Espanha, o que inclui a venda de 50% do grupo de centrais a carvão Aboño, nas Astúrias, à Corporación Masaveu. Esta é uma decisão relevante na estratégia de descarbonização da gigante energética depois das alienações das centrais de carvão de Pecém, no Brasil, e do encerramento da central termoelétrica de Sines.

Segundo a informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a venda de parte do negócio termoelétrico em Espanha ficou definido por um enterprise value de 350 milhões de euros e um equity value de 60 milhões de euros por 100% do ativo, no âmbito de uma parceria com o grupo industrial asturiano.

A Corporación Masaveu controla a Oppidum, segundo maior acionista do grupo EDP, com uma posição de 6,82%.

"A nova parceria entre a EDP e CM [Corporación Masaveu], consolidada pela EDP através do método de equivalência patrimonial, prevê o controlo conjunto na gestão de Aboño e a transferência do passivo das centrais". A EDP, contudo, mantém 100% da gestão e "o desenvolvimento dos projetos de transição justa a decorrer em Aboño, nomeadamente projetos de hidrogénio e energias renováveis".

Além desta parceria que prevê uma alienação, o grupo energético português avança para a conversão de uma outra central a carvão para gás e pediu o encerramento de outras três centrais a carvão em Espanha.

"Aboño consiste num grupo de duas centrais térmicas (Aboño I e II) com uma capacidade instalada total de 904 MW, perto de Gijón e do porto de Musel, e desempenha um papel importante no apoio à segurança do fornecimento de eletricidade à região das Astúrias", informa o grupo.

Ora, além da venda de metade do grupo de centrais Aboño. o grupo EDP decidiu avançar para a conversão da central térmica Aboño II, de carvão para gás, o que deverá "expectavelmente em meados de 2025", representando "um investimento de mid double-digit de milhões de euros", continuando a operar na combustão de gás de alto forno, "um caso de estudo de economia circular na Europa através da valorização deste subproduto, evitando a emissão de um milhão de toneladas de CO2 por ano".

Acresce o "pedido de autorização ao operador do sistema elétrico (Red Eléctrica) para encerrar a central a carvão Aboño I, assim como as restantes centrais a carvão da EDP em Espanha (Soto 3 e Los Barrios)".

A EDP comprometeu-se a ser neutra em carvão até 2025, 100% renovável até 2030 e a atingir a neutralidade carbónica até 2040, liderando a transição energética para criar valor superior e garantir um futuro mais sustentável para todos.

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