É um lugar-comum afirmar que a inovação é o motor do crescimento económico, mas muitas vezes esquecemo-nos que a inovação acontece nas empresas sob diversas formas. Todas acabam por resultar da incorporação, em bens e serviços, em processos, no marketing ou ao nível organizacional, de conhecimento, produzido ou não na empresa.
Portugal tem vindo a fazer um caminho de maturação nesta área, que envolve a participação de várias componentes, destacando-se, por um lado o investimento em ações de investigação e desenvolvimento (I&D) e por outro o reforço das ligações entre as empresas e a academia, onde se incluem as instituições do ensino superior e de investigação e as instituições de desenvolvimento e de interface, naquilo que se designa por Sistema Científico e Tecnológico Nacional.
O esforço concertado que tem vindo a ser efetuado entre estas entidades tem sido o principal responsável pelos resultados obtidos, sendo de destacar o esforço das empresas, quer ao nível da promoção de atividades de investigação, a montante, quer do lado do aproveitamento e da valorização desse conhecimento, por incorporação em produtos.
O empenho das empresas portuguesas nesta área é visível através do valor da despesa em atividades de I&D, onde se verifica que, tanto no que respeita ao setor de execução como nas fontes de financiamento, as empresas representam mais de 50%, tendência que se tem verificado nos últimos dez anos.
Para se terem alcançado estes valores é importante realçar a evolução que se verificou no relacionamento entre as empresas e a academia, fator primordial para a promoção da investigação e da inovação.
Neste domínio, estamos numa rota de convergência com os países mais avançados da Europa, apesar de ainda termos um longo caminho a percorrer.
Digna de registo é a taxa de participação, mas também de sucesso, de empresas e outras entidades nacionais nos programas Horizonte 2020 e Horizonte Europa, onde ao longo dos sete anos do Horizonte 2020 (2014-2020), fomos capazes praticamente de duplicar os fundos obtidos, relativamente ao anterior programa-quadro. Isto num quadro tremendamente exigente, em que os nossos projetos são analisados e avaliados em competição direta com os dos restantes países comunitários.
Luís Miguel Ribeiro, presidente do Conselho de Administração da AEP-Associação Empresarial de Portugal