A Explorer Investments está a desinvestir no fundo dono da MOP, empresa que tem a gestão da rede publicidade exterior da Carris e do Metro de Lisboa, da Starfoods e da PowerVia. O fundo Explorer II chegou a fim de ciclo a 9 de abril, tendo a Explorer Investments um ano para tomar decisões sobre os ativos que ainda tem em carteira, apurou o Dinheiro Vivo..A Explorer Investments não comenta o fundo de 200 milhões de euros que lançou em 2007, mas o Dinheiro Vivo sabe que, em cima da mesa, a private equity, co-fundada por Rodrigo Guimarães e Elizabeth Rothfield, tem estratégias de alienação distintas para cada um dos ativos ainda em carteira. Em última análise, admitem fontes ouvidas pelo Dinheiro Vivo, os ativos poderão ser a geridos por outras participadas..A MOP é um dos ativos sobre os quais a Explorer vai ter de tomar decisões. Segunda maior empresa de outdoor do país, com 73,2 milhões de receitas no fecho do ano passado, de acordo com o ranking MediaMonitor (Marktest), a MOP foi comprada em dezembro de 2007 ao grupo Media Capital por 47 milhões. Na época, a gestão da MOP admitia que a mesma podia ser vendida no prazo “três a cinco anos”, o que não se concretizou, com o setor de media nacional a ver cair nos anos seguintes para quase metade o bolo de investimento de publicitário das marcas..A MOP foi uma das empresas que foi ao concurso de publicidade exterior da cidade de Lisboa, mas apesar de numa fase preliminar ter surgido como a melhor posicionada, as propostas acabaram por serem excluídas pelo júri do concurso, que escolheu a JC Decaux como vencedora. Decisão que a MOP contestou, tendo apresentado uma providência cautelar..Um volte face no maior concurso de outdoor do país que poderia implicar a perda de uma “faturação potencial de 15 a 30 milhões de euros por ano”, admitia Vasco Perestrelo, CEO da MOP, em entrevista ao Dinheiro Vivo. O concurso exigia a renovação dos suportes de publicidade exterior da cidade, implicando um investimento entre 40 a 50 milhões. “Todos os nossos investidores demonstraram um total apoio. Dotaram-nos do capital necessário para fazer investimento e deram-nos total confiança a que fôssemos até ao fim do ponto de vista da litigância”, disse em setembro o CEO da MOP em entrevista ao Dinheiro Vivo..O concurso de outdoor de Lisboa motivou uma queixa da Associações Portuguesa de Anunciantes (APAN) à Autoridade da Concorrência, que após uma investigação, decidiu que a operação exige notificação ao regulador. Não é conhecida nenhuma decisão das providências cautelares..A Starfoods é outro dos ativos detido pelo fundo sobre a qual a Explorer Investments terá de decidir. O fundo entrou em 2008 na empresa que atua na área da restauração moderna, com as cadeias Companhia das Sandes (34 lojas), Loja das Sopas (12 lojas próprias e 8 em franchising), Selfish (6 lojas), Basilico (6). Em 2017, segundo os dados que constam no site da Explorer, gerou receitas de 20,6 milhões..Dois anos depois, a Explorer entrou na PowerVia, empresa de servicing logística, com enfoque na energia, infraestruturas e indústria pesada. Em 2017, gerou receitas de 4,1 milhões..Probos, Gascan, Charon e Constantino foram outras empresas sob a gestão do fundo, já alienadas.