Como conseguir maior alcance no Facebook? Que estratégias estão a ser testadas para fazer render o investimento em vídeo na rede social? Foi o que Gavin McGarry, presidente da Jumpwire Media, tentou ensinar à audiência durante a VidCon, maior convenção de vídeo online do mundo. A nona edição do evento, que decorreu em Anaheim, teve em grande foco o investimento do Facebook nas ferramentas para criadores de vídeos e na secção Watch, totalmente dedicada a este meio.
“O Facebook Watch é o novo feed de notícias”, declarou o presidente da consultora, que faz a gestão de redes sociais de marcas como Formula 1, Coca-Cola e Red Bull. “A primeira coisa que é preciso perguntar é: qual é o vosso ecossistema?” Gavin e a sua equipa têm testado vários métodos e os conselhos advêm da experiência com o desempenho de marcas específicas. O responsável não só sublinha que o vídeo é fundamental, mas também que é muito importante fazer vídeo ao vivo – Facebook Live. Sobre a questão da narrativa, no que toca a perceber se os vídeos devem ter um princípio, meio e fim estruturados, Gavin disse que não. “Estamos a descobrir que, em larga escala, o melhor é ir diretos ao castelo.” Isto é, não perder tempo a descrever a beleza do caminho que leva até ao “castelo”, mas ir direto ao assunto.
Eis algumas das estratégias que a Jumpwire usa para aumentar a performance das publicações das marcas com que trabalha:
Gavin aconselha a rever as publicações dos últimos três a seis meses e pôr “gosto” em todos os comentários. “Verá um crescimento impressionante do envolvimento de um dia para o outro”, referiu. Vários criadores que estiveram nas sessões da VidCon disseram o mesmo: responder a todos os comentários é uma estratégia que funciona. Tal como publicar com frequência e ser consistente.
“O Facebook é a ferramenta de gestão de comunidade mais sofisticada do mercado”, disse Gavin. As marcas devem utilizar todos os recursos, tais como a eliminação automática (por IA) de comentários com palavras ofensivas. Estas ferramentas poderão aumentar o envolvimento da comunidade com menos publicações necessárias.
Muita gente vê os vídeos sem som e ter legendas é essencial para isso. As estatísticas indicam que 39% dos consumidores têm maior probabilidade de ver vídeos até ao fim quando os vídeos têm legendas. A exceção está nos vídeos ao vivo, onde a percentagem de utilizadores que liga o som é bastante maior que nos outros casos.
Uma marca pode ter a tentação de começar um vídeo como logotipos, cenários ou produtos, mas isso é um erro. “Ponha uma cara nos primeiros três segundos do vídeo”, recomendou Gavin. Método comprovado com várias marcas, garantiu.
O Facebook está constantemente a sugerir às páginas que paguem para dar um impulso a determinada publicação. Gavin revela que um método que tem surtido efeito é o dos micro investimentos: eles impulsionam o post com 5 ou 10 euros, depois focam-se noutros conteúdos e mais tarde voltam àquele post com outro impulso de baixo valor. Segundo o especialista, é mais eficaz que gastar logo 30 ou 50 euros numa mega promoção.
O Facebook Rights Manager deteta quando alguém usurpa conteúdos de uma marca, mas é preciso que o perfil esteja verificado com aquele visto azul. É também recomendável carregar os logos oficiais da marca na biblioteca da página, para garantir que o algoritmo privilegia os seus conteúdos.
O envolvimento é mais importante que o número de seguidores, mas Gavin avisa que é preciso ter outros indicadores em consideração. “O envolvimento não leva em conta que há muita gente que espreita sem clicar nos botões. O alcance, as impressões, gostos, comentários e partilhas devem ser monitorizados, claro. “No entanto, aquilo em que nos estamos a focar agora é na emoção”, explicou o especialista. Não é sentimento (positivo ou negativo), mas sim a resposta emocional a determinado conteúdo. Gavin deu o exemplo da Canvs, uma startup que está a usar inteligência artificial para medir esta resposta emocional.
Os dados demonstram que os utilizadores gostam de vídeos ao vivo. Apesar de tal poder ser assustador, porque o conteúdo deixa de passar pela aprovação de várias pessoas, os resultados justificam a opção. “Comecei na rádio e na televisão, onde era tudo ao vivo, e agora estamos a regressar a isso”, comentou o responsável. Por causa dos smartphones, o vídeo deve ser vertical, e Gavin não acredita que os vídeos tenham de ser sempre de curta duração. “As pessoas querem excelentes conteúdos feitos para as plataformas adequadas.”