Falta de mão-de-obra e e absentismo levam à escalada de salário

O aumento do salário mínimo nacional leva a que haja um efeito dominó. Com a subida dos ordenados mais baixos, as empresas vêem-se na obrigação de aumentar a restante tabela.
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A dificuldade em contratar e reter pessoas, o aumento de encomendas, o absentismo e a subida do salário mínimo nacional têm levado a sucessivos anúncios de aumentos de ordenados em vários setores da economia, avança o Jornal de Negócios, na edição desta terça-feira. Estes aumentos levam, por vezes, a subidas de cerca de 100 euros nos ordenados mais baixos pagos por algumas empresas, explica.

A metalurgia é um dos setores afetados por este aumento. Atualmente, grandes, pequenas e microempresas da atividade contam já uma remuneração base fixada de 800 euros - o que leva a aumentar igualmente os outros salários dentro das companhias. O atraso nas encomendas provocado pela pandemia, falta de mão-de-obra, aumento dos custos da energia, transportes e matérias-primas e ainda o incremento do absentismo (ideia de que se ganha o mesmo trabalhando ou não) tornam "a situação mais difícil", explica o vice-presidente executivo da Associação dos Industriais de Metalurgia e Metalomecânica (AIMMAP), Rafael Campos Pereira, citado pelo Negócios.

"Há um incentivo para que as empresas aumentem salários, mas também evidenciem melhor o que pagam. Há uma racionalização no pagamento. Há empresas que pagavam prémios e partes variáveis dos salários, e estão a integrá-los de forma mais visível na folha mensal.", acrescenta o representante do setor metalúrgico.

Relativamente a outros setores, também o do retalho alimentar, que engloba as cadeias Jerónimo Martins e Mercadona, anunciou já reforços nos vencimentos. Os motivos prendem-se com o aumento do salário mínimo nacional, falta de mão-de-obra e competitividade no setor, explica ao Negócios o diretor-geral da Associação de Empresas de Distribuição (APED), Gonçalo Lobo Xavier. No retalho especializado, como por exemplo grandes lojas de eletrodomésticos e móveis, está "longe dos níveis de 2019", observa o responsável, acrescentando que "os aumentos não estão a ser tão significativos como no retalho alimentar".

Já no comércio e nos serviços, a mão-de-obra (qualificada ou não) é cada vez menor. "Há muitas empresas que aumentam salários, mas há outras que não estão interessadas em subidas acima dos fatores económicos, como a inflação e o crescimento", explica João Vieira Lopes, presidente da confederação que representa o setor.

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