Os profissionais de remodelações e reparações de casas já não conseguem dar resposta a 45% dos pedidos realizados pelos portugueses. Acontece que a escassez de mão de obra deverá levar, neste terceiro trimestre, a que 51% dos clientes não consigam encontrar especialistas disponíveis neste setor disponíveis, revela um estudo da APP Fixando.
Após avaliar mais de 160 mil pedidos de clientes na plataforma, a Fixando alerta ainda para o aumento dos preços praticados pelo setor na ordem dos 9%, que se deverá refletir neste terceiro trimestre. Já no primeiro e segundo trimestres se tinha verificado um aumento de 8% nos preços, avança a empresa em comunicado enviado às redações.
"Este paradigma é causado por dois fatores: a escassez de especialistas qualificados nestas áreas, derivada da falta de incentivos à formação profissional e aumento da procura que se verifica num cenário pós-pandemia, devido ao adiamento de projetos durante os períodos de confinamento", explica a diretora de novos negócios da Fixando, Alice Nunes.
Pouca mão de obra disponível, a escassez, o aumento dos preços das matérias-primas e os atrasos nas entregas dos materiais, de acordo com a responsável, agravaram a situação.
A plataforma estima que os profissionais do setor inscritos na aplicação ultrapassem os cinco milhões de faturação no terceiro trimestre do ano. Confirma-se o aumento da procura por estes serviços de obras e reabilitações, de acordo com a plataforma.
Por seu lado, quase metade dos especialistas inquiridos (49%) afirma que a falta de mão de obra está a afetar o negócio, existindo dificuldade em contratar pessoas qualificadas no setor. Isto leva ao incumprimento de prazos ou cancelamento de serviços.
Alguns dos principais motivos apontados para a escassez de mão de obra no setor são a falta de profissionais com qualificações (55%), os ganhos reduzidos (44%) e as condições de trabalho pouco apelativas (24%), lê-se na mesma nota.
No que toca à escassez de matérias-primas, esta afeta 44% dos negócios e algumas das consequências apontadas pelos profissionais são o aumento de preços para o consumidor final (50%), a diminuição da percentagem de lucro (48%), a recusa de trabalhos (21%) e o adiamento (11%).