Os fundadores de startups portuguesas reuniram-se pela primeira vez no Porto. Graças à associação de empreendedorismo Founders Founders, foi possível juntar no Maus Hábitos esta comunidade durante dois sias. Os negócios criadores pelos fundadores destas empresas já receberam tanto investimento como o jogador de futebol João Félix: mais de 120 milhões de euros.
"Como gerir a cultura e atrair os melhores talentos, como angariar dinheiro e como escalar para novos mercados foram alguns dos temas que estiveram em cima da mesa, numa programação que incluiu ainda alguns desafios mais práticos, como uma masterclass de cozinha, um workshop de cocktails e uma atividade cujo objetivo era criar um produto para vender a fundadores", assinala a Founders Founders em comunicado.
Da Founders Unconference - assim se chamou o evento -, resultaram posições conjuntas em oito temas que fazem parte da agenda de qualquer empreendedor em Portugal:
Como se escolhe o mercado certo? A oportunidade, gerada pelo mercado, é uma das principais motivações apresentadas, mas os investidores também têm uma palavra importante a dizer. Ir para onde o euro valer mais é também uma estratégia a ter em conta, caso contrário ir para mercados muito caros e ter pouco retorno de investimento pode ser a morte da empresa.
Especialmente para quem se encontra numa fase inicial, vender um produto ou piloto a uma marca grande seria um importante selo de aprovação, mas é preciso contar com a possibilidade de, no final, não haver produto. Para os fazedores, mais do que a dimensão da empresa a que se vende e da reputação, é importante que o potencial cliente esteja tão ou mais comprometido com ele, e com o problema/solução, do que quem o desenvolveu.
Contar uma história é fundamental quando falamos deste tópico com que os fazedores portugueses se deparam na sua vida profissional. É importante que o produto seja imaginado como um produto de sucesso e as suas totais potencialidades percebidas para se conseguir convencer um potencial investidor. A rede de contactos assume também um lugar de destaque, e – avisa quem sabe – tem mesmo de se bater à porta de, pelo menos, 100 investidores para se conseguir um.
Para os fundadores portugueses, esta é uma tarefa de todos os que pertencem a uma determinada empresa. Mais do que procurar fórmulas de definir o padrão de equipa, canais de cliente, estratégias de conversão ou retenção de clientes, deve ser procurado um caminho que funcione para cada empresa em específico, tendo em conta a indústria em que se movimenta e o seu modelo de negócio.
Não é constituída pelos valores que são comunicados para o exterior, mas sim pelas pessoas que fazem parte da empresa. É responsabilidade dos fundadores fazer com que os trabalhadores tenham um sentimento de pertença e estejam motivados.
A transparência é, para estes empresários, uma questão fundamental. Toda a informação relacionada com a empresa, como salários e objetivos, deve ser transmitida, existindo uma cultura em que todos estão a par de cada passo que é dado e podem vestir totalmente a camisola. Nisto, a comunicação interna tem bastante influência – embora ainda poucos a considerem como prioridade.
Este é um assunto que ainda não reúne consenso no ecossistema empreendedor português. Apesar da clara tendência a nível mundial, os fundadores nacionais dividem-se em posições totalmente contra e totalmente a favor em relação à disseminação do trabalho remoto.
Os empreendedores portugueses acreditam que, hoje em dia, há um investimento grande em pessoas que não estão alinhadas com a cultura, os valores e os objetivos da empresa. Especificamente no que diz respeito à equipa, a estratégia de entrada de trabalhadores é algo em que muitos falham e que pode fazer toda a diferença na retenção de talento. A maior parte dos gestores acha que está a fazer um bom trabalho neste sentido, mas carece de feedback honesto.