Manie capta investimento para entrar no mercado energético espanhol

Startup portuguesa fecha ronda de um milhão de euros para crescer e internacionalizar plataforma que simplifica acesso à energia e ajuda consumidores a reduzir valor das faturas de eletricidade e gás.
A startup Manie foi lançado oficialmente em setembro de 2024, por André, Francisco, João e José
A startup Manie foi lançado oficialmente em setembro de 2024, por André, Francisco, João e José
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O Manie, uma plataforma lançada em setembro do ano passado para simplificar o acesso à energia e ajudar os consumidores portugueses a reduzir os custos das suas faturas de eletricidade e gás, fechou uma ronda de investimento no valor de um milhão de euros, que conta com a participação da Shilling, Bynd e Heartfelt.

Com este financiamento, o Manie pretende consolidar a sua posição em Portugal e entrar no mercado espanhol ainda este ano. O CEO da startup portuguesa explica ao Dinheiro Vivo que o Manie está a ser desenhado com a internacionalização em mente, e o mercado espanhol é uma prioridade. “Sabemos que há funcionalidades que podem ser adaptadas diretamente e outras que exigem um novo desenvolvimento”, considera André Pedro. Dois exemplos são o de que em Espanha o acesso aos dados de consumo é mais simples do que em Portugal, além de que há vários distribuidores, ao contrário do nosso país onde apenas existe a E-REDES. “A estrutura do mercado é semelhante, mas as nuances são relevantes - e é com base nessas diferenças que estamos a desenhar a plataforma”, acrescenta o cofundador do Manie.

Sem alterações, a proposta de valor do Manie mantém-se: “tornar o mercado de energia mais rápido, transparente e acessível, tanto para consumidores como para comercializadoras e produtores”, garante André Pedro. Em Espanha já existem algumas soluções digitais, mas nenhuma que combine automação, poupança real e uma experiência integrada como o Manie, explica o CEO da startup. “Acreditamos que a nossa abordagem – um gestor de energia online, automático, e centrado em quem atua no mercado, desde o cliente residencial, à grande empresa ou aos comercializadores e produtores – é única, e que podemos liderar uma nova geração de inovação no setor energético.”

O Manie trabalha com um modelo de monetização “simples e transparente”, por duas vias: ou recebem uma comissão das comercializadoras pela carteira de consumo que gerem, ou cobram uma subscrição mensal aos clientes. “No entanto, também aqui queremos que o mercado altere – é importante que o mercado se adapte cada vez mais a players digitais onde as comissões por contratos angariados não são necessárias e que se olhe mais para a remuneração pela carteira de consumo e não tanto para o número de clientes”, considera André Pedro. “Acreditamos que dessa forma é possível assegurar a independência do mercado, sem vendas forçadas, ou assinaturas de contrato porta a porta, muitas vezes obtidas de forma pouco clara.”

A startup explica num comunicado enviado aos jornalistas que, para garantir um crescimento sustentável no mercado ibérico e a evolução tecnológica que pretende introduzir no sector, o capital angariado nesta ronda de investimento será utilizado para “fortalecer as equipas de produto e tecnologia, finanças, marketing e operações, permitindo ao Manie consolidar a sua presença em Portugal e acelerar a entrada em Espanha”. Até final deste ano está planeado o aumento da equipa para cinco colaboradores em Espanha e 20 em Portugal.

Com este propósito, a startup anuncia o fecho desta nova ronda de investimento pre-seed no valor de um milhão de euros, tendo recebido 100 mil euros em 2024 do fundo Heartfelt, que renova o seu compromisso ao lado da Shilling e da Bynd.

“Acreditamos na melhoria da competitividade e na maior transparência do mercado energético e estamos confiantes de que o Manie está bem equipado para fazer isso acontecer”, explica em comunicado Daniela Machado, da Heartfelt, justificando a razão desta aposta na startup portuguesa.

Do lado da Bynd, Tomás Penaguião, adianta que foram convencidos pela “capacidade da equipa [do Manie] em transformar um setor complexo e tradicionalmente opaco numa experiência simples, transparente e com impacto direto para o consumidor”. A mesma opinião tem Ricardo Jacinto, managing partner da Shilling, a área de Venture Capital da Draycott, para quem a startup liderada por André Pedro provou em poucos meses “que é possível transformar um setor historicamente ineficiente e opaco, trazendo-lhe transparência, poupança e simplicidade. O crescimento acelerado, a evolução estratégica do modelo de negócio e um posicionamento verdadeiramente diferenciador reforçam a nossa convicção de que o Manie está não só pronta para liderar o mercado em Portugal, como também preparada para expandir além-fronteiras”.

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