Fed corta taxas de juro em meio ponto percentual

Fed corta taxas de juro em meio ponto percentual

Os mercados já antecipavam um corte de juros pela instituição liderada por Jerome Powell, mas a dimensão da redução ainda era incerta.
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A Reserva Federal (Fed) norte-americana decidiu cortar os juros em 50 pontos base, naquela que é a primeira descida desde 2020, segundo foi hoje anunciado.

"À luz do progresso na inflação e no equilíbrio dos riscos, o Comité decidiu reduzir o intervalo-alvo para a taxa dos fundos federais em 1/2 ponto percentual, para 4-3/4 [4,75%] a 5%", lê-se no comunicado da Fed divulgado hoje, após a reunião de dois dias.

Este corte surge numa altura em que o Comité de Política Monetária da Fed (FOMC, na sigla em inglês) "ganhou mais confiança de que a inflação está a mover-se de forma sustentável em direção a 2% e avalia que os riscos para atingir as metas de emprego e inflação estão praticamente equilibrados".

Os mercados já antecipavam um corte, ainda que sem certezas sobre a dimensão.

A Fed acabou por optar por um corte de maior dimensão, de 50 pontos base em vez de 25, numa decisão que foi quase unânime: votaram 11 contra um, a governadora Michelle Bowman, que preferia uma redução menor.

São ainda esperadas mais reduções das taxas diretoras neste ciclo de flexibilização, com os responsáveis pela política monetária a sinalizar que "ao considerar ajustes adicionais ao intervalo-alvo para a taxa dos fundos federais, o Comité avaliará cuidadosamente os dados recebidos, a evolução das perspetivas e o equilíbrio dos riscos".

Este é o primeiro corte da Fed desde que iniciou este ciclo de política monetária, na sequência da pandemia de covid-19, no qual subiu juros pela primeira vez em março de 2022 e aumentou as taxas diretoras por mais dez vezes, até julho de 2023.

A última redução das taxas diretoras aconteceu em 16 de março de 2020, numa resposta à quebra económica provocada pela pandemia.

Nesta reunião de setembro, foram também atualizadas as projeções, sendo que a taxa de desemprego esperada este ano foi revista em alta para 4,4%, face à projeção de 4% na última atualização em junho, e reduzida a perspetiva de inflação para 2,3%, de 2,6% anteriormente.

Já a economia norte-americana deverá crescer 2% este ano (abaixo dos 2,1% projetados em junho), bem como em 2025, segundo as previsões atualizadas.

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