A Reserva Federal (Fed), banco central norte-americano, deixou hoje as taxas de juro inalteradas, como era esperado pelos mercados, considerando que a economia internacional continua a apresentar riscos..As taxas vão manter-se entre 0,25% e 0,50%, o nível em que se encontram desde dezembro passado..Já na reunião de janeiro a Fed optara por não subir as taxas de juro e, para justificar a prudência, o banco central norte-americano aponta de novo a turbulência nos mercados mundiais, alimentada por um abrandamento na China e pela queda do preço das matérias-primas, incluindo o petróleo.."A situação económica e financeira mundial continua a apresentar riscos", refere o comunicado divulgado no fim de dois dias de reunião do banco central.."Embora as condições financeiras tenham melhorado recentemente, o crescimento económico internacional parece mais brando que o previsto", afirmou em conferência de imprensa a presidente da Fed, Janet Yellen..No comunicado, a Fed referiu que a inflação acelerou nos últimos meses, apesar de ainda estar abaixo da meta de 2%. O mercado de trabalho também se reforçou com "sólidos ganhos", estando a taxa de desemprego em 4,9%, o nível mais baixo em oito anos.."A inflação sem os preços da energia e da alimentação acelerou, mas é preciso ver se a tendência se mantém", disse Yellen..A atividade económica norte-americana continuou a crescer "a um ritmo moderado apesar dos desenvolvimentos económicos e financeiros internacionais dos últimos meses", segundo a Fed..Ao divulgar novas previsões económicas, a Fed reviu em baixa o crescimento deste ano. O Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 2,2%, quando há três meses apontava para um crescimento de 2,4%..No comunicado, o comité de política monetária reafirmou esperar que as condições económicas permitam "aumentos graduais das taxas de juro"..A maioria dos membros do comité considera que as taxas estarão a um nível médio de 0,9% no fim deste ano em vez dos 1,4% que previra em dezembro, o que deverá corresponder a dois aumentos de 0,25 pontos base, contra os quatro da anterior estimativa.."Dito de outra forma, a maioria dos participantes (na reunião) considera que para atingir os objetivos económicos (...) é preciso sem dúvida um ritmo mais lento de subida das taxas de juro", explicou a presidente da instituição monetária..A representante da Fed de Kansas City, Esther George, conhecida pelas suas posições contrárias à política monetária acomodatícia, votou contra a decisão de deixar as taxas de juro inalteradas, preferindo uma subida.