A Federação Portuguesa das Associações da Cripto Economia (FACE) anunciou esta terça-feira o arranque do projeto Quo Vadis Web3, que prevê o mapeamento do ecossistema português de Web3, incluindo a identificação dos players nacionais de blockchain e criptoativos..“O Quo Vadis Web3 representa o maior esforço da comunidade nacional em realizar o mapeamento mais profundo do ecossistema Web3 no nosso país, cartografando-o numa perspectiva de 360 graus, de forma a englobar todas as suas dimensões setoriais, extensão e impacto", afirma José Reis Santos, coordenador do projeto.."Para o ecossistema ser respeitado como uma indústria, tem que ser primeiro estudado como uma indústria,” acrescenta o gestor..O trabalho do Quo Vadis Web3 é apresentado esta terça-feira, num evento na Fintech House, em Lisboa, a partir das 18h. Nele ocorrerá o lançamento oficial do inquérito que permitirá fazer a identificação do ecossistema Web3..O inquérito divide-se em três partes: uma prosopográfica, que pretende identificar as principais características e qualificações da comunidade; outra focada na incidência dos diferentes verticais Web3; e uma última de apreciação da capacidade de atuação do ecossistema, desde o fundador de um projeto ao programador, passando pelo académico, pelo artista digital, pelo consultor ou advogado, entre outros agentes..Em comunicado, a FACE explica que o objetivo é "fornecer uma avaliação holística do setor", identificando profissionais, projetos e verticais, para "capitalizar o potencial desta indústria, contribuir para a evolução do trabalho daqueles que a constroem, e identificar as soluções que já estão no mercado ou que estão a explorar as fronteiras destas tecnologias que suportam a última interação da internet e da nova economia digital"..Este projeto conta com o apoio do Instituto New Economy, da Associação Portuguesa de Blockchain e Criptomoedas (APBC) e da sociedade de advogados Antas da Cunha - Ecija..Para Hugo Volz Oliveira, secretário do Instituo New Economy, existe "pouca" informação sobre "as pessoas e as empresas que desenvolvem esta indústria que tem o potencial de transformar o futuro digital de Portuga". "Esta informação é crítica para informar políticas públicas e a coordenação do sector, que está sob constante ataque de outras jurisdições que tentam ser mais competitivas como a nossa para atrair esta força de trabalho altamente qualificada, mas também altamente móvel, que queremos que se estabeleça em Portugal”, afirma.."Este estudo, que o Quo Vadis colocou em marcha, servirá para identificar e enaltecer isso mesmo, que Portugal continua a dar cartas a nível mundial, sustentando assim uma aposta que é claramente vencedora e que nos coloca na linha da frente para o desenvolvimento de produtos e serviços web3", complementa Nuno Lima da Luz, presidente da APBC.."Ao entendermos a dimensão do mercado, as empresas envolvidas e as potencialidades, podemos impulsionar o desenvolvimento tecnológico e fortalecer a posição de Portugal como um protagonista na era digital”, realça Nuno Vieira da Silva, da Antas da Cunha - Ecija. .O mapeamento nacional do ecossistema Web3 parte de uma base de dados de "mais de 700 entidades relacionadas com Web3, blockchain e a criptoeconomia em Portugal", de acordo com o comunicado. Estarão identificados já 22 setores, incluindo finanças descentralizadas, fintechs, NFTs, Inteligência Artificial ou metaverso..O comunicado da FACE recupera, ainda, um estudo da Chainalysis, relativo ao ano de 2022, que indicava que Portugal "chegou a atingir a terceira maior criptoeconomia da Europa Ocidental per capita, acima da Grã-Bretanha, Alemanha, França e Espanha, num ranking liderado pela Holanda e República Checa"..O setor dos ativos digitais já tinha manifestado intenção de apurar dimensão do ecossistema que suporta a tudo o que é economia digital, através dos criptoativos, em 2022. Ainda não se conhece qualquer estudo, mas dessa vontade surgiu a FACE..Coincidentemente, na segunda-feira, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) lançou já uma consulta pública para identificar e reunir dados sobre as empresas que atuam no setor dos criptoativos, a propósito do novo regulamento europeu MiCA, que irá enquadrar o mercado dos ativos digitais.