Tem 83 anos e é a única portuguesa a ver a sua fortuna aparecer na lista dos 500 mais ricos do mundo da revista Forbes. Maria Fernanda Ramos Oliveira Amorim é viúva do empresário Américo Amorim, que faleceu em julho de 2017, e a sua fortuna surge em 382º lugar no ranking da Forbes, avaliada em 5.100 milhões de dólares, cerca de 4.112 milhões de euros.
Sem direito a foto na lista de 256 mulheres que fazem parte do ranking da Forbes, Fernanda Amorim sucede assim ao marido no ranking dos 500 mais ricos do mundo. No ano passado, Américo Amorim surgiu na posição 385, uma descida de 16 lugares face ao ano anterior, apesar de a sua fortuna ter aumentado de 4,1 mil milhões de dólares para 4,4 mil milhões de dólares. Em 2016, Amorim ocupava o 369º lugar da lista.
Mas quem é a mulher mais rica de Portugal e a única a ter direito a figurar na lista da Forbes? "Maria Fernanda Amorim é a viúva de Américo Amorim, que morreu em julho de 2017. Ela e as suas três filhas herdaram a sua fortuna", diz a Forbes, acrescentando que o seu "maior ativo é uma posição estimada de 18% na empresa portuguesa Galp Energia, que tem como chairman a sua filha mais velha, Paula".
"Sabia que Fernanda Amorim fundou dois museus: um dedicado ao vinho do Porto e outro, localizado em Grijó, dedicado às artes e ofícios?", questiona a Forbes, desvendando um pouco sobre a mulher mais rica de Portugal.
Pela mão da herdeira do império Amorim, o Wine Museum Centre Fernanda Ramos Amorim foi inaugurado no final do ano passado na Quinta Nova Nossa Senhora do Carmo, no Pinhão, enquanto o Museu de Artes e Ofícios existe em Grijó há mais de 30 anos. Dona de um espólio único, Fernanda Amorim tem dedicado grande parte do seu tempo ao trabalho de colecionadora, diz o jornal Expresso. Pouco sabem também que escreveu o livro "História do meu avô António Alves de Oliveira Júnior", com base numa investigação feita pela própria sobre o passado da sua família no Reino Unido.
Aquela que viria a ser a mulher de um dos mais famosos self made men nacionais, num casamento que durou quase 50 anos, nasceu em 1935, em Grijó, perto de Vila Nova de Gaia, sendo filha de um médico e tendo passado a sua infância na Quinta de São Salvador de Grijó. O casamento com Américo Amorim, sob o regime de separação de bens, surgiu em 1969, quando Fernanda tinha 34 anos e Américo 35. A lua-de-mel foi passada em Moçambique e o jovem casal instalou-se numa casa na Rua 15, em Espinho, como conta a Sábado.
A primeira filha, Paula Amorim, hoje com 45 anos, surgiu em 1972. Dois anos depois, Fernanda já tinha três filhas, com o nascimento de Marta e Luísa em 1973 e 1974. Sobre a ausência de um herdeiro "varão" para Américo Amorim, Fernanda viria mais tarde a gracejar, dizendo ter-se tratado de "sorte". "Se saísse rapaz ou era igual a ele [Américo Amorim] ou seria a pessoa mais infeliz do mundo", disse Fernanda Amorim, citada pela Sábado. À matriarca do clã Amorim é atribuído um papel agregador e apaziguador da família.
Ainda em vida, também a imprensa cor-de-rosa dava conta da cumplicidade entre Américo e Fernanda Amorim: pouco frequentadores de eventos sociais, quando saíam juntos primavam por uma postura discreta, tal como relata a revista Caras numa presença que ambos marcaram num concerto dos Xutos e Pontapés em 2008, no Casino do Estoril.
Não tendo chegado à marca das bodas de ouro, a festa dos 25 anos de casados foi celebrada numa festa luxuosa no Mosteiro de de Grijó, com 600 convidados, relata a Sábado. Assumido workhaolic, Américo Amorim sempre teve na mulher, o seu maior apoio em casa, sentindo-se em dívida para com ela.
Antes de casar, Américo Amorim apenas incluíra no seu testamento os irmãos, cenário que mudou depois do matrimónio com Fernanda. Ainda hoje vogal do conselho de administração do Grupo Américo Amorim, a mulher mais rica de Portugal herdou do marido todas as suas participações e créditos em sociedades, no valor de 77 milhões de euros. Soma-se ainda metade da Casa da Granja, uma moradia em Espinho onde o casal passava os fins de semana.
Num dos seus sete testamentos, que foi alterando com o passar dos anos, determinava que a mulher, Fernanda, só poderia ocupar-se da gestão dos negócios familiares em part-time.