Bastou uma fotografia de Lewis Hamilton, a primeira com o icónico fato-macaco encarnado da Ferrari, para se perceber que a contratação mais impactante da fórmula 1 em 2025 – e dos últimos anos – foi um sucesso. Desportivo? Veremos lá para 7 de dezembro, data da última corrida do mundial, em Abu Dhabi. É de finanças que aqui se fala. A foto em causa – publicada pelos perfis oficiais do piloto nas redes sociais dia 21 de janeiro com a legenda “first time in red” (pela primeira vez de encarnado) – já fez história. De acordo com a Sponsorlytix, empresa especializada em análise de conteúdo comercial e em dados, a imagem gerou mais de 13 milhões de interações no twitter e 4,3 likes no instagram, um recorde até ver na modalidade. Ainda segundo a mesma empresa, o retrato gerou uns inéditos 400 mil dólares em lucros para os nove anunciantes no fato de Hamilton: 62 mil para a HP, 52 mil para a Shell, 48 mil para a IBM, 43 mil para a VGW, 41 mil para a Ceva, 40 mil para a Puma, 37 mil para a RM, 36 mil para a Unicredit e 50 mil para a própria Ferrari. E há, no futuro, expectativa de receitas incalculáveis para a marca de Maranello em merchandising, em patrocínios e em vendas de espaços VIP nas corridas graças a Hamilton. Como já previam muitos analistas, a sociedade entre Ferrari e o heptacampeão mundial, que passou as últimas 11 temporadas na Mercedes, estava fadada ao êxito. Financeiro, repitamos, porque desportivo só o tempo e a pista o dirão.Lá, ainda é Max Verstappen, da Red Bull Racing, o favorito à próxima conquista, na qualidade de atual tetracampeão mundial da prova rainha do automobilismo - Hamilton não ganha desde 2020 - e, por isso, o mais bem pago, ao contrário do que chegou a ser estimado pela revista Forbes. Segundo os sites Italpassion, GiveMeSports e Planet F1, o holandês recebe 75 milhões de dólares por ano, já somados os bónus, enquanto o inglês, que a revista norte-americana colocava no topo da lista, ganha “meros” 57 milhões. No terceiro lugar da tabela, mas a larga distância, está o vice-campeão Lando Norris, da McLaren, com 35 milhões. Eis os restantes membros do top ten: Fernando Alonso, 27,5 milhões, Charles Leclerc, o parceiro de Hamilton em Maranello, 27 milhões, George Russell, 23 milhões, Oscar Piastri, 22 milhões, Sergio Pérez, 19,5 milhões, Carlos Sainz, Jr, que saiu da Ferrari para a Williams para abrir espaço ao heptacampeão, 19 milhões, e Pierre Gasly, 12 milhões. Nota o site Italpassion que os dez maiores salários da fórmula, com 317 milhões de dólares somados, encurtaram distâncias em 2024 para os dez maiores salários do futebol. Os 285 milhões de dólares ganhos por Cristiano Ronaldo e os 135 milhões auferidos por Lionel Messi é que desnivelam a balança. Voltando ao lado desportivo, o ex-piloto colombiano Juan Pablo Montoya destoa da maioria e acha que, além de financeiramente astronómica, a contratação de Hamilton pela Ferrari pode levar a equipa italiana já este ano à vitória nos mundiais de condutores e, por consequência, construtores. “Lewis é maduro o suficiente para perceber que a curto prazo vai sentir dificuldades para entender como as coisas funcionam na Ferrari”, admite Montoya, “mas acho que depois de umas seis ou sete corridas, se o carro for bom, ele vai ganhar tudo”. Os novos carros, incluindo o SF 25 da Ferrari, vão ser apresentados dia 18 e a primeira de 24 corridas desta temporada disputa-se dia 16 de março em Melbourne, na Austrália.