O jornal económico alemão Financial Times Deutschland (FTD) pediu ajuda a
Merkel - "Por favor ajude, a Alemanha seria mais pobre sem o FT" - mas
não foi ouvido. Por isso, publica esta sexta-feira seu último número
impresso.
O anúncio do encerramento do jornal foi feito há duas semanas. O FTD,
lançado em 2000 como a versão alemã do jornal internacional Financial
Times, tinha uma tiragem média de 100 mil exemplares e concorria com o
clássico Handelsblatt.
Este encerramento coloca 300 pessoas no desemprego, numa altura em que o
meio vive um futuro incerto, com várias publicações com as vendas em
queda, como é o caso do Frankfurter Rundschau, criado em 1945 e que no
início de novembro anunciou que deixava de ser publicado.
Segundo o grupo de lobby de editores, BDZV, citado pela Associated
Press, de 2000 para 2011, a circulação do FTD caiu cerca de 22%, ou de
24 milhões para
18,9 milhões de exemplares.
Na sua página na Internet, a equipa do FTD despedia-se com uma foto já
amplamente partilhada nas redes sociais e acompanhada com a seguinte
legenda: "Desculpem-nos, caros accionistas, por termos torrado tantos
milhões. Desculpem-nos, caros anunciantes, por termos sido críticos
quando falámos dos vossos negócios. Desculpem-nos, caros porta-vozes de
imprensa, por termos seguido tão poucas vezes as vossas sugestões.
Desculpem-nos, queridos políticos, por termos acreditado tão pouco em
vocês. Desculpem-nos, caros colegas, por vos termos posto a trabalhar
tantas noites e tantos fins-de-semana. Desculpem-nos, caros leitores,
que estas sejam as últimas linhas do Financial Times Deutschland.
Lamentamos. Pedimos desculpa, sem reservas. Porém, se pudéssemos
recomeçar, faríamos tudo igual.