FMI prevê que Portugal volte a convergir com a Europa em 2022

Novo outlook do FMI. Portugal converge com o euro depois de uma interrupção nestes dois anos de pandemia. Taxa de desemprego também baixa em 2021 e 2022, mas nível é pior do que prevê o governo no OE2022.
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A economia portuguesa deverá voltar a convergir com a zona euro (crescer mais, em média) em 2022, prevê o Fundo Monetário Internacional (FMI), que também reviu em alta o ritmo da retoma nacional neste e no próximo ano. A taxa de desemprego também baixa, mas é pior do que prevê o governo.

De acordo com o novo panorama económico mundial (outlook), publicado esta terça-feira, Portugal pode conseguir crescer em termos reais 5,1% no ano que vem, isto depois de 4,4%. Significa que, pelas novas contas do FMI, a economia portuguesa, que convergiu com o espaço da zona euro de 2016 a 2019, interrompendo esse ciclo nos anos da pandemia (2020 e 2021), deve voltar a crescer mais do que a média da moeda única em 2022. A zona euro crescerá cerca de 4,3% no próximo ano.

O governo, nas previsões do cenário macroeconómico que inscreveu na proposta de Orçamento do Estado para 2022, sinaliza um maior otimismo, apostando em 4,6% este ano e 5,5% em 2022.

Em todo o caso, o FMI reviu em alta os números que tinha para Portugal em abril. Há seis meses, quando o mundo estava a sair de uma das fases mais mortíferas da pandemia, o Fundo considerava que Portugal iria ter uma retoma de apenas 3,9% este ano e 4,8% no próximo.

A taxa de desemprego também deve aliviar um pouco, mas o nível considerado pelo FMI é superior ao que estima o governo no cenário no qual baseou o no Orçamento do Estado. Depois de ter ficado em 7% da população ativa, a incidência do desemprego recua apenas uma décima este ano, para 6,9%. E depois para 6,7% em 2022.

No OE2022, o Ministério das Finanças liderado por João Leão prevê que o nível de desemprego desça para 6,8% em 2021 e 6,5% no próximo ano.

Segundo o FMI, a inflação também deve ser maior em 2022. Em vez dos 0,9% projetados pelo governo, a instituição liderada por Kristalina Georgieva vê um avanço de 1,3% nos preços do consumidor, ou seja, acima do aumento proposto pelo executivo para os aumentos da função pública. Se o número do FMI for o certo (só saberemos no final de 2022), significa que os funcionários aumentados podem muito bem ter perdido poder de compra.

Neste ciclo do outlook do outono, o FMI também irá fazer previsões para as contas públicas dos países, mas essas serão apresentadas apenas na quarta-feira (dias 13), no âmbito do Monitor Orçamental, o pelouro de Vítor Gaspar, ex-ministro das Finanças do PSD e do tempo da troika, agora diretor do departamento de assuntos orçamentais na instituição de Washington.

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