
A Framedrop.ai foi considerada a startup "mais promissora" da Web Summit deste ano, anunciou a Startup Portugal esta quinta-feira, em conferência de imprensa, no âmbito da iniciativa "Road 2 Web Summit" (R2WS).
A Framedrop.ai é uma startup de Coimbra que se dedica à edição e pós-produção de vídeo com recurso à inteligência artificial, apresentando um serviço vocacionado para os media e criadores de conteúdos digitais. Ao ser distinguida pela Startup Portugal, a Framedrop.ai recebeu 15 mil euros.
O prémio foi entregue por António Dias Martins, diretor-executivo da Startup Portugal, por Ricardo Lima, head of startups & investors da Web Summit, e por Ana Casaca, global head of innovation da Galp, empresa que apoiou o R2WS com 20 mil euros.
Na conferência de imprensa, Mário Tarouca, cofundador da startup premiada, que já tem atividade nos EUA e no Reino Unido, afirmou que o reconhecimento e o valor recebido "é uma ajuda muito importante" para o futuro da Framedrop.ai. "Dá-nos responsabilidade", acrescentou, referindo que a "ferramenta" criada é para todos os media.
"Nesta edição alcançámos um novo recorde ao apoiar 125 startups para esta edição da Web Summit", revelou António Dias Martins, referindo que as empresas que aderiram à iniciativa tiveram acesso a encontros com potenciais investidores e clientes, workshops e contacto direto com delegações empresariais internacionais.
As 125 startups selecionadas para o programada Startup Portugal, que decorre durante a Web Summit, representam em conjunto cerca de 37 milhões de euros angariados em rondas de investimento anteriores ao evento.
Ao Diário de Notícias/Dinheiro Vivo, o líder da Startup Portugal menciou que "80% das startups acompanhadas apresentaram ideias já alicerçadas em inteligência artificial (IA), e os restantes 20% já estavam a fazer um trabalho complementar para integrar IA nas suas ideias". "Já é uma obrigatoriedade ter de incluir nos seus modelos de negócio a IA. Até porque os investidores não olham para elas com os mesmo interesse se não o fizerem".
António Dias Martins disse também que esta foi a edição onde encontrou maior capacidade de ação, considerando que as startups tinham pessoas altamente qualificadas, "que sabiam o que queriam, com públicos-alvo identificados", bem como mais independência financeira e remunerações acima da média face ao que é habitual nos estágios iniciais destas empresas. No fundo, mais preparadas do que o habitual.
"Tivemos várias centenas de candidaturas e tivemos dificuldades em escolher este grupo de 125 startups, mas o grupo selecionado é bastante importante, porque já tem capacidade de ter o produto testado, mercado identificado, e grande parte já tinha investidores. Tudo isso faz com que possam aproveitar melhor a Web Summit. Há uma diferença brutal entre as startups deste ano e as candidatas de anos anteriores. Hoje, conseguem chegar ao palco e em três minutos dizem o que pretendem, o que as diferencia, que modelo de negócio têm, com uma objetividade e clareza que se nota", argumentou.
Para Ana Casaca, da Galp, o R2WS significa "investir no futuro do empreendedorismo de Portugal, promovendo a inovação e negócios que podem impactar positivamente a vida de todos".
Além da Framedrop, também a Deeploy foi selecionada com a que apresentou "melhor desempenho" no bootcamp de Lisboa e Porto durante a Web Summit. A startup recebeu por isso cinco mil euros como prémio.
Desde que a Startup Portugal realiza a R2WS já apoiou mais de 800 startups. O R2WS pretende estimular a a atividade de empreendedores e startups, apoiando-os na abordagem que fazem à Web Summit como forma de atrair atenção de potenciais investidores e clientes.