Frotas de rent-a-car sobem 10% num ano

Empresas de aluguer de viaturas têm atualmente 110 mil viaturas disponíveis, mais dez mil do que no ano passado
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Estarão perto de cem mil carros de aluguer a circular nas estradas portuguesas durante agosto, a época superalta para o setor. O valor representa 90% da frota total das empresas de rent-a-car. Ainda assim, está abaixo do que era esperado. “Não tivemos a procura que esperávamos para ocupar toda a frota em agosto. Tivemos um ligeiro decréscimo em relação às previsões”, indica Joaquim Robalo de Almeida, secretário-geral da Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor (ARAC).

O dirigente assume que é comum a procura e a oferta nem sempre estarem ajustadas. Contudo, o que se passou em 2019 é fácil de explicar: “Nós fizemos crescer a oferta. No ano passado, tivemos cem mil carros e este ano temos 110 mil. Portanto, crescemos para 110 mil viaturas na nossa oferta. Mas nota-se uma ligeira diminuição no número de turistas. Não só no rent-a-car mas também na hotelaria. E a procura não acompanhou”. Sem estes 10% a mais, as taxas de ocupação teriam sido maiores.

Dias de aluguer crescem

O boom do turismo nacional até pode estar a afrouxar, mas já levou, em anos anteriores, a algumas ruturas de stock, sobretudo na época do verão. O pico dá-se em agosto, mês responsável por uma fatia de perto de 20% do total da faturação anual destas empresas. Joaquim Robalo de Almeida assume que, apesar de - num cenário hipotético - ter todas as viaturas alugadas ser um bom sinal, uma ocupação de 100% não é desejável. “Temos de ter sempre carros de reserva para eventuais avarias ou substituições”, explica.

Mesmo com este o verão um pouco abaixo das expectativas, o setor está a atravessar uma fase de vento em popa. O número total anual de dias alugados cresceu mais de 50% em dez anos. Se em 2008 foram 14 853 milhões, os dados provisórios da ARAC apontam para 22 713 milhões em 2018.

Mais emprego

Apesar dessa subida, o número de empresas inscritas na associação pouco aumentou numa década, passando de 122 para 132. Já a quantidade de pessoas a trabalhar no setor teve um crescimento acentuado (54%), de 3390 trabalhadores, em 2008, para 5203 (números provisórios), em 2018. Em relação à média de dias de aluguer, passou de seis para nove.

O retrato geográfico atual feito pela ARAC indica que, apesar de ser em Lisboa que se localiza o maior número de empresas associadas (48), é no Norte que se situa a maioria dos balcões: 174 do total nacional de 628 (empresas associadas e não associadas). Em Lisboa, existem 155 balcões e no Sul localizam-se 101. No Centro, encontram-se 96 balcões de rent-a-car e nas ilhas estes espaços dividem-se por 86 nos Açores e 16 na Madeira.

A recente paralisação de camionistas foi uma preocupação. Contudo, foram poucos os transtornos registados. “Obrigou a mobilizar mais recursos humanos para abastecerem os carros, mas posso dizer que não temos um único cancelamento de reservas, quer de clientes quer de empresas, devido a esta situação”, indica o dirigente.

ENTREVISTA

“Este ano não há rutura de stock”, afirma Joaquim Robalo de Almeida, presidente da ARAC

Qual é o impacto que o verão tem no setor do rent-a-car?

O verão é o período do ano mais importante, sendo agosto o mês da época superalta. Só agosto representa para nós muito próximo de 20% da nossa faturação total do ano.

A procura que existe chega a levar à rutura de stocks, por exemplo, em aeroportos ou em zonas turísticas?

Isso seria bom. Nos anos de maior procura, isso acontece. Este ano, não estamos com uma ocupação de 100%. Aliás, 100% é uma ocupação que nunca pode existir. Temos de ter sempre carros de reserva para eventuais avarias ou substituições. Mas mesmo nesta época superalta, a nossa ocupação está a rondar os 90%. Esperávamos uma ocupação mais elevada. Nós, neste momento, temos 110 mil carros em frota e com uma ocupação de cerca de 90%. Não há, portanto, rutura de stock. Ainda temos carros para alugar.

Há algum motivo para que a realidade tenha sido abaixo das expectativas?

Nós fizemos crescer a oferta. No ano passado, tivemos cem mil carros e este ano temos 110 mil. Mas nota-se uma ligeira diminuição no número de turistas. Não só no rent-a-car mas também na hotelaria. E a procura não acompanhou. Se não tivéssemos os tais mais dez mil carros, teríamos taxas de ocupação mais elevadas.

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