Os investimentos dos portugueses em fundos imobiliários e fundos mobiliários (incluindo fundos de ações, de obrigações, fundos mistos e outros fundos) totalizavam 33,8 mil milhões de euros no final de junho, revelou o Banco de Portugal (BdP) esta quinta-feira.
De acordo com o supervisor da banca, o valor apurado "é inferior em 1,6 mil milhões de euros ao registado no final do primeiro trimestre de 2022", uma redução "maioritariamente justificada pela desvalorização de 1,1 mil milhões de euros no valor das unidades de participação". Isto é, as aplicações dos portugueses em fundos de investimento "desvalorizaram-se" no segundo trimestre do ano.
No final de junho, eram os particulares que detinham a maior parte (51%) do total de unidades de participação emitidas, "mantendo-se o principal setor investidor em fundos de investimento".
"Desde o início do ano observaram-se decréscimos sucessivos do valor total das unidades de participação emitidas", adianta também o BdP, notando que a redução verificada entre abril e junho reflete, sobretudo, "as desvalorizações dos títulos de dívida e de capital detidos pelos fundos".
"O restante contributo foi dado pelas amortizações de unidades de participação, que superaram o montante emitido em 500 milhões de euros", lê-se.
A desvalorização da participação foi transversal aos fundos de obrigações, fundos de ações e fundos mistos. Os dados do BdP indicam que os fundos de obrigações caíram 500 milhões, os fundos de ações reduziram-se em 400 milhões de euros e os fundos mistos desvalorizaram-se em 300 milhões de euros.
Acresce que, relativamente às amortizações, "o contributo negativo foi dado pelos fundos de obrigações e pelos fundos imobiliários, com as amortizações a superarem as emissões em 300 milhões de euros em ambas as tipologias".
O Banco de Portugal fará um novo balanço a 10 de novembro.