O secretário de Estado da Energia, João Galamba, esteve esta quinta-feira à noite na CNN Portugal a concretizar as medidas de apoio ao preço gás natural anunciado pelo governo e garantiu que esta vai abranger "um universo de 99.7% dos clientes de gás".
"Esta medida dirige-se a todos os clientes ligados à baixa pressão", afirmou Galamba, "com consumos inferiores a 10 mil metros cúbicos de gás". Isto significa -- como tinha já sido afirmado, cerca de 1,5 milhões de clientes. "Inclui todas as famílias portuguesas", disse o governante.
"Todas as famílias portuguesas se encontram neste universo, uma parte significativa da restauração, pequenos negócios... Estamos a falar de 99.7% de todos os clientes de gás natural do país. O que é que sobra? A indústria e as centrais de ciclo combinado para produzir eletricidade. Ficam de fora desta medida", sublinhou. ""Todas as que quiserem mudar podem fazê-lo".
Relativamente aos valores de poupança conseguidos por quem opte por esta alternativa, Galamba afirmou que, desde logo, o consumidor protege-se não apenas do aumento que aí vem como de outros que possam vir em meses futuros. Depois, acrescentou: haverá "uma poupança entre "65 a 70%", ou seja, "entre 25 e 30 euros por mês", por cada família.
E trouxe exemplos: no caso de uma família com dois filhos, que hoje pague 28 euros no mercado livre, com os aumentos previstos pela EDP ficaria a pagar 70 e 80 euros -- se aderir ao mercado regulado a poupança será de 45 a 56 euros, ou seja, entre 60% a 70%.
Questionado relativamente às reservas de gás, num hipotético cenário de todos os consumidores do universo possível optarem por este modelo, o secretário de Estado garantiu que esse problema não se coloca
"A tarifa regulada é abastecida pelos chamados contratos 'take or pay', que foram negociados pelos Estado português antes da privatização da Galp (...). Pelas nossas estimativas, se todos os clientes que estão hoje no mercado livre e que podem aderir à tarifa regulada o fizerem, isto consome no máximo 12% do total de volume de gás desses contratos. Portanto, o volume de gás desses contratos chega, sobra e sobeja para esse fim"
A finalizar, Galamba referiu que as únicas medidas verdadeiramente estruturais para evitar estes aumentos são "consumir menos energia e acelerar significativamente as renováveis".