Um estudo do Ministério da Economia, publicado em 2023, indicava que, antes da pandemia, existiam 7813 empresas zombie (sobre-endividadas ou em incumprimento financeiro) em Portugal. Os efeitos da crise pandémica sobre a economia fizeram aumentar o número destas empresas, que subiu para 8501 em 2020, representando mais de 3% do tecido empresarial português. .Para além do elevado endividamento e da periclitante sustentabilidade financeira, as empresas zombie apresentam uma produtividade média do trabalho reduzida (4,5 vezes menos do que as empresas saudáveis) e um volume de negócios também inferior ao restante tecido empresarial. São também empresas que pagam salários baixos e têm fraca capacidade para gerar lucros, ser eficientes ou adotar tecnologias..As empresas zombie condicionam objetivamente o crescimento económico, ao penalizarem a produtividade e a competitividade em setores estratégicos. Estas empresas consomem recursos financeiros, materiais, humanos e infraestruturais que poderiam ser alocados em negócios com maior potencial de crescimento. Isto sem esquecer o peso que representam para o sistema financeiro, num país com escassa disponibilidade para crédito à economia..Parece-me, por isso, fundamental simplificar as operações de fusão e incentivá-las por via fiscal ou subsidiando. A agregação de empresas permite ganhar escala, criar massa crítica, gerar sinergias, potenciar recursos e aproveitar capacidades instaladas..As fusões são uma saída estratégica para empresas que, sozinhas, não conseguem ganhar tração, mas que, ao unirem forças, podem alcançar economias de escala e melhorar a eficiência. Assim se recuperam empresas em risco de insolvência e se salvaguardam ativos, empregos, know-how, tecnologia… .O tecido empresarial português está demasiado fragmentado em micro e pequenas empresas, circunstância que prejudica a competitividade internacional do país. Num mundo cada vez mais globalizado, ganhar escala é uma vantagem competitiva crucial. Ao unirem recursos e capacidades, as empresas conseguem competir de forma mais eficaz no mercado externo, especialmente em setores com altos custos de produção e exigências tecnológicas. .Por outro lado, a fusão pode ser uma oportunidade para as empresas adotarem novas tecnologias e práticas de gestão mais modernas, com o objetivo de revitalizar o negócio. Isto é muito relevante para os setores tradicionais, que precisam da transformação digital para se tornarem mais competitivos e sustentáveis.