A Go Natural, da Sonae, abre nesta sexta-feira o seu primeiro supermercado biológico no Porto, na Foz, com restaurante e esplanada, uma iniciativa que coincide com a concretização da compra de dois supermercados “Amor Bio”, em Lisboa, em Alvalade e em Benfica. O valor dos investimentos não foi revelado.
No Porto, a intenção é abrir mais dois supermercados e um restaurante na Baixa, logo que sejam identificados os espaços, um negócio que se esperaria concretizar ainda este ano ou no próximo, segundo Inês Valadas, administradora do pelouro “health and wellness” na Sonae MC.
Em Lisboa, a estratégia vai passar pela abertura de mais um supermercado, na Av. de Roma, e dois restaurantes, no Chiado (R. do Loreto) e na Av. da Igreja. No Sul, haverá mais um restaurante no Fórum Almada.
As novas aberturas somam-se aos sete supermercados que a cadeia já tem, todos em Lisboa, na sequência da compra das seis unidades Brio, em maio do ano passado. A marca – criada por dois portugueses que chegaram a acordo com a Sonae em dezembro de 2016 – tem ainda 22 restaurantes e seis “corners” Grab & Go (take away).
Nos 22 restaurantes incluem-se cantinas geridas pela marca em empresas e em escolas internacionais, dos ensinos primário e secundário, em Lisboa. “Servimos quatro mil refeições por dia nas escolas”, revela a administradora, antecipando que estão a decorrer contactos para expandir o conceito a empresas e escolas da região Norte.
“Num ano e cinco meses tudo mudou. Nada disto havia. Construímos tudo”, assinala Inês Valadas, para acentuar a velocidade do crescimento do negócio.
Entre restaurantes e supermercados, a marca já emprega mais de 350 pessoas. No espaço agora aberto na Foz trabalham 15 funcionários, que fazem a gestão dos quatro mil artigos à venda, divididos em mais de 40 categorias, asseguram o funcionamento do restaurante (com 60 lugares sentados), um pequeno espaço com livros temáticos, refeições prontas a levar para casa, padaria e, ainda, um gabinete de nutrição com consultas a 10 euros. Tudo a funcionar das 8 às 21 horas, todos os dias da semana.
Segundo Inês Valadas, a ideia é “ter uma oferta de produtos agradáveis e saudáveis, bem identificados, e com preços acessíveis, cada vez mais aproximados dos produtos convencionais”.
A responsável pela marca assume que o mais difícil tem sido encontrar fornecedores compatíveis com a procura por este tipo de produtos. “A oferta é muito inferior à procura em Portugal”, daí a necessidade de recorrer à importação, “como foi o caso dos ovos, que obrigou a recorrer a Espanha, porque os nacionais não estavam a ser suficientes”.
Já no caso do fornecimento de legumes e frutas estão a preparar a criação de um grupo de produtores nacionais, à semelhança do Clube de Produtores da Sonae. A padaria também deu o seu trabalho: “Há dois anos que estamos a desenvolver os produtos biológicos, a estudar os comportamento das farinhas, por exemplo, porque não havia essa tradição em Portugal”.
No supermercado da Foz, onde mais de 80% dos artigos são biológicos, o lema está visível à entrada: “A missão é democratizar a alimentação saudável com prazer”, uma mensagem que talvez venha a ser traduzida em inglês dada a afluência de estrangeiros que nesta quinta-feira mostraram interesse em entrar no espaço, apenas aberto aos convidados para a sessão inaugural.