Godilac investe um milhão em painéis e armazenamento de energia

METAL. Com o apoio do PRR, empresa de Santo Tirso, especializada em lacagem de perfis de alumínio e aço, fica com uma autonomia energética de 77%.
Empresa estima poupança anual da sua fatura energética na ordem dos 46 mil euros
Empresa estima poupança anual da sua fatura energética na ordem dos 46 mil eurosDireitos Reservados
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A Godilac, empresa de Santo Tirso especializada no tratamento e lacagem de perfis de alumínio e aço para a indústria da construção, está a investir um milhão de euros na instalação de uma central fotovoltaica de 320 kWp, que lhe permitirá alcançar uma autonomia energética de 77,4%, graças a um sistema de armazenamento de energia complementar. O projeto, feito em parceria com a Goldbreak, permitirá uma poupança anual da sua fatura energética na ordem dos 46 mil euros, além de uma redução das emissões em mais de 70 toneladas do CO2 ao ano. 

Com 48 trabalhadores e uma faturação de 3,8 milhões de euros em 2023, a Godilac prevê, este ano, crescer para os 4,2 milhões de euros e, em 2025, atingir 4,5 milhões. Do portefólio de obras com perfis de alumínio da Godilac fazem parte edifícios icónicos, como o parisiense Belvedere, um dos maiores centros de negócios da Europa, o Museu Imagem e Som do Rio de Janeiro, ou o Palácio dos Correios, no Porto. Forneceu, ainda, a sede da Ageas, em Lisboa, e o famoso complexo desportivo Roland Garros.

A solução combinada implementada na empresa de Santo Tirso, ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), vai permitir que a energia excedente produzida pela central fotovoltaica seja armazenada e utilizada em momentos de maior necessidade, “promovendo a estabilidade energética e a redução dos custos operacionais”.

Uma abordagem que, sublinha António Queirós, sócio-gerente da Goldbreak, assegura que a empresa “aproveite ao máximo os seus recursos renováveis, ao mesmo tempo que contribui para a descarbonização da economia”. 

Em causa está uma “solução 5-em-1” orientada por inteligência artificial. Com uma reserva de energia entre quatro e sete horas, o sistema oferece “uma resposta eficaz e flexível” às exigências energéticas, explica a Goldbreak. A empresa garante que “as células de grande capacidade, alta densidade de energia e longa vida útil garantem um desempenho superior das baterias”.

Já Nuno Marques, também sócio-gerente da Goldbreak, assegura que a fatura energética “é sempre um problema” para as empresas, tendo em conta o seu “alto preço absoluto”, bem como a sua volatilidade, “que traz incerteza ao negócio”. 

Quanto às perspetivas futuras, estes responsáveis acreditam que são de “forte crescimento” no armazenamento de energia, como forma das indústrias conseguirem “rentabilizar os investimentos feitos na produção fotovoltaica e aproveitar as possibilidades de arbitragem do mercado”.

Para o CEO da Godilac, este é um projeto “fundamental” para a empresa, na medida em que “irá contribuir para uma redução muito significativa do custo da empresa com energia, bem como as emissões de carbono”. Pedro Fonseca acredita que, em consequência deste investimento, a Godilac “aumentará muito a sua autonomia energética, a sua rentabilidade, reduzindo, concomitantemente, o seu risco de negócio, tornando-se uma empresa ainda mais verde”.

A central fotovoltaica de 320 kWp, está equipada com células N-type de última geração, com uma potência de 605 Wp e uma eficiência de 24%. O sistema de armazenamento é composto por 12 torres de 48 kWh, totalizando 576 kWh de capacidade, e um carregador de 25 kW DC, capaz de realizar carregamentos rápidos (em uma hora para empilhadores e duas horas para veículos comerciais, por exemplo). 

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