A plataforma de financiamento colaborativo Goparity obteve a licença de autorização da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que lhe permite promover projetos em todos os países da União Europeia e sem limitações de valores, foi hoje anunciado.
A atribuição desta licença pela CMVM surge na sequência da aprovação do novo regulamento europeu para plataformas de 'crowfunding', e após "Vários meses de incerteza e persistência", segundo refere o presidente executivo (CEO) e cofundador da Goparity, Nuno Brito Jorge, citado no comunicado.
Esta licença, refere o gestor, vai permitir à 'fintech' concretizar os objetivos que tinha delineado para este ano, em que Espanha (país onde a plataforma pretende ter uma equipa local e atrair novos investidores e projetos) e Itália surgem como mercados prioritários.
"A demora do Governo português atrasou o nosso plano de negócios em cerca de 12 meses, mas a licença permite-nos voltar aos objetivos ambiciosos já este ano", refere Nuno Brito Jorge, sublinhando que além de Espanha e Itália, a Goparity vê também "oportunidades de diversificar" a base de investidores nos Países Baixos, Bélgica, Luxemburgo e Suécia.
"Com estes planos em mente, antecipamos que o volume de investimentos realizados através da plataforma possa ser de 20 milhões de euros só este ano”, acrescenta Nuno Brito Jorge.
A licença agora atribuída, além de permitir à plataforma expandir o negócio em outros países da União Europeia, acaba também com os limites de investimento a que estava até agora sujeita a maioria dos investidores e que eram de 3 mil euros por projeto e 10 mil euros anuais.
Antes da concessão da licença, a Goparity tinha financiado projetos em 18 países com o apoio de investidores de 73 nacionalidades diferentes. No entanto, como sublinha o comunicado da empresa, até ao dia 26 de janeiro, a empresa apenas podia fazer ofertas públicas em Portugal e no Canadá - mercado onde obteve licença em 2023.
Desde a sua criação, em 2017, a Goparity já angariou 33 milhões de euros junto de 15 mil utilizadores (particulares e empresas) para financiamento de cerca de 360 projetos.
Segundo o comunicado, em 2023 foram investidos 12,8 milhões de euros, um valor que compara com os 10 milhões de euros do ano anterior, tendo dezembro sido o melhor mês de sempre, com 1,5 milhões de euros de investimento.
Financiamento colaborativo é o tipo de financiamento de entidades ou de projetos através do seu registo em plataformas eletrónicas com o objetivo de angariar dinheiro junto de investidores.