Governo mantém meta de subida do SMN para 750 euros em 2023

Deputados insistiram sobre subidas de salários face ao acelerar da inflação, mas António Costa diz que continua a contar com subidas de preços temporárias.
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O governo mantém a meta estabelecida na anterior legislatura para a subida de salário mínimo em 2023, para 750 euros, indicou esta quinta-feira o primeiro-ministro, António Costa, no parlamento.

"Chegámos, relativamente ao salário mínimo nacional, exatamente ao ponto a que tínhamos previsto chegar quando iniciámos a legislatura anterior, em 2019, e concluiremos para o ano o caminho que nos tínhamos proposto concluir para o próximo ano", disse o líder do governo em resposta a Jerónimo de Sousa, líder do PCP, durante a discussão do programa de governo até 2026.

Para 2023, a meta prevista de aumento de salário mínimo visava os 750 euros. A concretizar-se, corresponderá a um crescimento de 6,4%, mais 45 euros do que o valor de retribuição mínima deste ano, nos 705 euros. Até 2026, o governo propõe que o salário mínimo atinja, pelo menos, os 900 euros.

O primeiro-ministro foi esta tarde interpelado por vários deputados sobre aumentos salariais e medidas de resposta à escalada da inflação, com o índice de preços no consumidor de março 5,3% acima do nível de um ano antes, nas estimativas do INE.

Rui Rio, líder social-democrata, esteve entre os que chamaram também a atenção para as atualizações previstas para pensões e salários de função pública, que este ano conhecem subidas que não vão além de 1%.

Mas, António Costa diz acreditar que a aceleração da inflação será temporária, recordando projeções das principais instituições internacionais que continuam a apontar para um aplanamento nas subidas de preços a partir de 2023.

"Temos de olhar para a políticas de rendimentos do próximo ano, não à luz desta tensão ocasional este ano, mas à luz daquilo que tem de ser um poder de compra que sustentadamente temos de garantir à famílias portuguesas, evitando qualquer espiral de inflação", respondeu.

Segundo Costa, "a melhor forma de proteger o poder de compra das famílias portuguesas, trabalhadores e pensionistas, é atacar o problema na raiz". E isso significa procurar conter preços de energia, fertilizantes, e rações para animais. "É aí que concentramos o nosso esforço", disse.

De resto, juntou, o ajustamento da política de rendimentos à atual conjuntura "é algo que temos de ir acompanhando e negociando com os parceiros sociais ao longo deste ano".

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