O acréscimo de despesa, em forma de empréstimos de médio e longo prazo, foi referido no debate parlamentar que decorre hoje com a presença da ministra das Finanças pelos deputados João Galamba, do PS, e Miguel Tiago, do PCP.
De facto, uma leitura rápida do relatório do Orçamento mostra que além dos 3,9 mil milhões de euros que o Tesouro já emprestou ao fundo de resolução (o atual acionista do Novo Banco, antigo BES), existem mais 1,5 mil milhões de euros nesse veículo, elevando as verbas públicas destinadas ao salvamento de bancos para 5,4 mil milhões de euros. São empréstimos de médio e longo prazo.
Segundo apurou o Dinheiro Vivo, a verba já lá está desde agosto pelo menos.
Maria Luís Albuquerque garantiu que não se trata de um agravamento do custo de salvamento do BES, nem que o aumento da verba esteja relacionado com qualquer outra falência bancária iminente em Portugal.
Esse valor surge nos mapas do novo OE, mas "não se prevê qualquer nova intervenção do fundo de resolução, seja no Novo Banco, seja em qualquer outro banco", garantiu a ministra.
O valor destinado a salvar bancos aumentou porque "existia uma disposição genérica que já vinha do OE/2014" que permitia fazer esse reforço. E mais não disse. Esse acréscimo de capital do Fundo de Resolução não se deverá traduzir em empréstimos efetivos adicionais, além do que foi feito no caso do Novo Banco.
Na primeira ronda do debate a ministra chegou a dizer que "não via" como é que o BES pode afetar negativamente o orçamento e o cenário macro. Na segunda volta, já disse que "os efeitos do BES sobre a concessão de crédito à economia são um fator de risco".