A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social disse hoje que não serão equiparados os setores social e privado no programa Creche Feliz e que se manterá a regra de o recurso ao privado apenas quando não existam vagas no setor social.“Não vamos equiparar por completo as creches do setor privado e social, este Governo assume que privilegia a economia social e instituições do setor social”, afirmou Maria do Rosário Ramalho, explicando que as creches do setor privado são um recurso quando na freguesia não existem vagas nas creches do setor social e solidário.“Não significa em absoluto a paridade, a prioridade é apoiar o setor social. Se o setor social não conseguir responder naquela área geográfica, aí entra o setor privado, lucrativo, sem complexos”, disse.O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social anunciou em junho que as famílias iriam passar a ter acesso a creche gratuita no setor privado se não houvesse vaga na rede social na área da sua freguesia de residência ou trabalho, e não apenas na área do concelho, como acontecia até agora.As novas medidas visam alargar as possibilidades de escolha das famílias na oferta existente de apoio à infância até aos três anos, reduzindo “as deslocações entre trabalho, a creche e a residência” e “melhorando a qualidade da vida familiar”.A iniciativa de conceder creche gratuita a todas as crianças até aos três anos foi anunciada em 2022 pelo Governo de António Costa e abrangia inicialmente apenas os setores público, social e solidário.Em janeiro de 2023, o programa foi alargado às instituições privadas e em dezembro do mesmo ano às creches das autarquias locais, instituições de ensino superior público ou de empresas do setor público, bem como da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.A rede de creches com vagas gratuitas ao abrigo do programa Creche Feliz aumentou 28% em três anos, havendo atualmente quase 98 mil crianças que beneficiam da medida, segundo dados do Instituto da Segurança Social (ISS) divulgados à Lusa no início de julho.A contabilização feita até abril de 2024 dá conta de que existem 2.391 creches que integram o programa Creche Feliz, entre 1.895 equipamentos da rede social, 482 do setor lucrativo, nove creches de autarquias e cinco de outras entidades da rede pública.Em relação às crianças que integram o programa, até abril deste ano havia 97.809 crianças com direito a uma vaga gratuita.