O Governo decidiu prolongar as concessões dos casinos do Estoril, Lisboa e Figueira da Foz, que terminavam hoje, 31 de dezembro. O Ministério da Economia confirmou ao Dinheiro Vivo que "as concessões atuais manter-se-ão em vigor", nomeadamente porque não foi possível lançar concursos para novas concessões devido ao surto pandémico.."Dadas as circunstâncias inerentes à pandemia da doença covid-19 e às condições adversas de mercado, não houve objetivamente possibilidade de lançar concursos", justificou o ministério presidido por Pedro Siza Vieira. Os casinos do Estoril e de Lisboa estão nas mãos do grupo Estoril Sol. Já a sala de jogo da Figueira da Foz é gerida pela Amorim Turismo..Sem avançar pormenores, o gabinete de Siza Vieira confirmou que o Governo "está a criar, em articulação com a associação do setor, o quadro apropriado para gerir o impacto da pandemia e das restrições ao funcionamento dos casinos neste ano e no próximo, que tornam inexigíveis as contrapartidas mínimas existentes nos contratos e que comprometem a solvabilidade das empresas"..Ou seja, os casinos não irão pagar no início de 2021, como era habitual, contrapartidas mínimas. Esta medida, instituída em 2001, estabelece o pagamento anual de um valor mínimo ao Estado, independentemente do valor das receitas de jogo geradas no exercício - uma reivindicação do setor..Nos primeiros nove meses deste ano (últimos dados conhecidos), os 11 casinos a operar em Portugal registaram proveitos com o jogo de fortuna e azar de 122 milhões de euros, uma quebra de 48% face ao período homólogo de 2019. Devido à pandemia, as salas de jogo fecharam portas a 14 de março e foram reabrindo nos primeiros dias de junho, após a introdução de um conjunto de medidas de segurança para proteção dos clientes e colaboradores..A evolução do surto obrigou os casinos da Grande Lisboa a reduzirem o horário nos meses de verão. Já desde meados de setembro, todos foram obrigados a encerrar portas às 23 horas, sendo que mais recentemente têm estado fechados ao fim de semana, com exceção dos três do Algarve..O Dinheiro Vivo sabe que apesar de as concessões que agora terminam respeitarem apenas aos casinos do Estoril, Lisboa e Figueira da Foz, o Governo está também a estudar o prolongamento das concessões aos casinos cujo contrato de exploração termina a 2023, ou seja, das salas de Espinho, Póvoa de Varzim e Algarve..O setor defende um prolongamento de três anos dos contratos para compensar todas as quebras derivadas da crise sanitária.