Governo tem "falta de vontade política" e contestação social pode aumentar , avisa Frente Comum

Coordenador da Frente Comum criticou ainda que aquilo que considera ser a pouca evolução que o Governo fez na atualização salarial para o próximo o ano face ao que está previsto no acordo assinado com o anterior executivo.
Sebastião Santana, coordenador da Frente Comum. Foto: Gerardo Santos
Sebastião Santana, coordenador da Frente Comum. Foto: Gerardo Santos
Publicado a

A Frente Comum lamenta que o Governo não tenha melhorado a proposta de atualização geral dos salários da função pública para 2025, acusando o executivo de "falta de vontade política", e avisa que a contestação social pode aumentar.

"A proposta do Governo não alterou uma única casa decimal da última reunião para hoje", afirmou o coordenador da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (Frente Comum), indicando que a "única exceção é para 2028", com o Governo a propor agora um aumento de 60 euros ou um mínimo de 2,3%.

"Este Governo não tem vontade nenhuma de valorizar os serviços públicos e usa os trabalhadores da Administração Pública como instrumento para os degradar", afirmou Sebastião Santana, à saída da reunião com a secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido, em Lisboa.

O coordenador da Frente Comum criticou ainda que aquilo que considera ser a pouca evolução que o Governo fez na atualização salarial para o próximo o ano face ao que está previsto no acordo assinado com o anterior executivo. "Passou de 2% para 2,1%, o que levou a Frente Comum a propor que deixasse de ser 15% e passasse a ser 14,9%", ironizou.

De recordar que o Governo propõe um aumento de 55,26 euros (o equivalente a um nível remuneratório da Tabela Remuneratória Única) ou um mínimo de 2,1% para 2025.

"O problema aqui não é dinheiro é falta de vontade política", defendeu Sebastião Santana, apontando que a contestação social pode aumentar. "É natural que o descontentamento se intensifique e que isso se veja nas ruas", sublinhou, antecipando que "uma grande parte dos trabalhadores da Administração Pública estarão no próximo dia 09" de novembro na manifestação convocada pela CGTP.

Segundo o coordenador da Frente Comum, na reunião de hoje, o Governo disse ainda "que se propunha a equacionar" nos próximos anos a "alteração do subsídio de refeição, ajudas de custo e abono para falhas", não antecipando, no entanto, uma data concreta para eventuais mexidas.

A Frente Comum, afeta à CGTP, diz que vai agora avaliar se avança ou não com um pedido de reunião suplementar.

A secretária de Estado da Administração Pública está agora reunida com o secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Fesap).

Na ronda negocial de hoje, o STE foi o primeiro a ser recebido. À saída, a líder deste sindicato indicou que não chegou a acordo com o Governo e disse acreditar que a proposta de atualização geral dos salários da função pública "pode ser melhorada", pelo que vai avançar com um pedido de reunião suplementar.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt